Uma força-tarefa do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de França, no interior de São Paulo, cumpriu na última semana aproximadamente 200 ordens de busca e prisão preventiva. A Operação Principio Ativo mirou três organizações criminosas responsáveis pela falsificação de agrotóxicos.
Mais de 600 policiais militares e dezenas de promotores atuaram nas cidades de Igarapava, Buritizal, Ituverava, Franca, Cristais Paulista, Ribeirão Preto, Serrana, São José do Rio Preto e Monte Aprazível, além de em municípios de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
“Os prejuízos econômicos relacionados à falsificação e contrabando de agrotóxicos chegam na casa dos R$ 11 bilhões. Neste caso, além dos problemas em toda a economia nacional que passa pela indústria até o produto final temos também um mercado de trabalho prejudicado – são cerca de 40 mil empregos diretos não gerados. Isso sem contar com o aumento dos gastos do sistema policial para combater essa atividade criminosa’, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira.
Apenas duas empresas utilizadas pelo grupo emitiram, em 2018, 808 notas fiscais falsas, cujos valores totais ultrapassam R$ 110 milhões. Ao longo dos anos, as organizações criminosas constituíram e utilizaram ao menos 51 pessoas jurídicas.
De acordo com Junqueira, há também uma grande preocupação relacionada aos riscos que agrotóxicos falsificados podem trazer à saúde de agricultores e consumidores. “Isso porque esses defensivos falsificados não são submetidos a análises técnicas ou aprovação dos órgãos responsáveis. É um produto com potencial dano a todos os envolvidos. Além disso temos uma grande preocupação com o destino dessas embalagens clandestinas”, diz.
Além da falsificação, os investigados respondem por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e falsidade ideológica.