O governo do Rio Grande do Sul anunciou que vai pedir ao Ministério da Agricultura que separe uma cota extra do seguro agrícola para os produtores do estado. O pedido vem após 31 municípios decretarem situação de emergência por causa da seca, que afetou produtores de milho, soja, uva, feijão, fumo e leite.
Segundo o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola, esses pedidos não poderão ser atendidos neste momento. Em relação ao seguro agrícola, os pagamentos serão feitos para produtores que já fizeram a contratação.
Ao todo, foram plantados 771 mil hectares de milho no estado, sendo que apenas 50% conta com algum tipo de seguro ou cobertura do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). No caso da soja, foram quase 6 milhões de hectares plantados, sendo que 41% conta com seguro ou Proagro.
“Precisamos desenvolver uma política para quem está fora do sistema do crédito rural. O seguro rural, no qual o governo aplicou R$ 440 milhões em apoio aos produtores, pagando parte da taxa para a contratação de apólice. Para 2020, a meta do governo é disponibilizar R$ 1 bilhão, fazendo com que pulemos de 7 milhões de hectares para 18 milhões de hectares com seguro”, disse.
Segundo Loyola, os produtores que não contrataram podem ser apoiados tanto pelo governo federal, que vai duplicar as áreas atendidas em 2020, como por governos estaduais, que possuem programas próprios.
“O produtor rural tem que entender que ele via pagar o seguro e não usar todos os anos. No entanto, quando houver um problema climático, ele conseguirá manter o dinheiro em caixa, pagando as contas e se mantendo na atividade”, completou Loyola.
Dos atuais R$ 440 milhões disponibilizados pelo Ministério da Agricultura como ajuda de custo, o Rio Grande utilizou quase R$ 90 milhões. É o segundo estado com mais utilização da verba, atrás apenas do Paraná.