Uma das principais feiras de bebidas e alimentos do mundo, a Sial encerrará a edição de 2022 na quarta-feira (19). Realizado em Paris em meio a protestos e movimento grevista de trabalhadores de refinarias da França que dura três semanas, o evento conta com presença massiva de brasileiros.
Neste ano, o Brasil conta conta 125 expositores na Sial. E são produtores de pequeno, médio e grande porte. Não importa o tamanho do negócio para começar a exportar. É o que destaca, por exemplo, o Leonel Soares. Ele trabalhava no setor de logística no Porto de Santos (SP). Em 2017, no entanto, decidiu começar a trabalhar com a exportação de amendoim produzido no interior de São Paulo. O negócio deu tão certo que agora ele incluiu no cardápio café, amido de milho e gergelim.
Na Sial 2022, o Brasil também está representado por grandes associações. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) preparou uma degustação saborosa para visitantes de 190 países que vieram à feira. O Brasil, vale destacar, é o maior exportador de carne bovina do mundo. Durante o evento, o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, confirmou que os embarques em 2022 vão registrar mais um recorde.
O frango brasileiro também pode ser degustado em Paris. O Brasil, a saber, também é o maior exportador do mundo desse tipo de carne. Em 2021, por exemplo, a receita foi de quase US$ 8 bilhões. São mais de 150 países compradores, sendo China, Emirados Árabes Unidos e Japão os principais. No caso dos países árabes, é preciso cumprir o certificado halal — uma exigência dos muçulmanos. Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin falou sobre esse cenário referente ao setor.
Participação na Sial e recorde de exportação
O Brasil registrou recorde de exportação e também de superávit da balança comercial em 2021. No geral, os embarques totalizaram US$ 280,3 bilhões. Quarenta e três por cento desse total, cerca de US$ 120,6 bilhões foram de produtos agropecuários.
Atualmente, o Brasil é o segundo maior exportador de alimentos e bebidas de todo o planeta, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Temos, mesmo assim, potencial para crescer muito mais. Ao menos é o que acredita o gerente de negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). Lucas Fiúza.
Na Sial deste ano, foi possível constatar que o Brasil vai além de exportar alimentos e bebidas. O país também tem sido responsável por “exportar” profissionais, inclusive para países da Europa. É o caso, por exemplo, do Everton. Brasileiro, ele, todavia, trabalha há três anos com cachaça brasileira na França.