As cotações da soja em Chicago recuaram nesta segunda-feira, as tensões geopolíticas no Oriente Médio. Na última sexta-feira, 3, o contrato de março do grão caiu 1,54%, interrompendo o otimismo do mercado futuro da soja com a perspectiva de assinatura da chamada ‘Fase 1’ do acordo entre China e Estados Unidos.
Para o analista da consultoria Safras & Mercado Luiz Fernando Gutierrez, por enquanto o mercado permanece trabalhando em patamares positivos. “Após um início negativo que começou na última sexta-feira, 3, como reflexo do impasse entre Estados Unidos e Irã, criando um momento tenso na geopolítica mundial que obviamente reflete em todo o mercado financeiro. Mas um lado fundamental, é que estamos com firmeza praticável, tanto que o mercado está tentando buscar agora uma consolidação em campo positivo” explica o analista.
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Em 31 de dezembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que irá assinar a primeira fase do acordo comercial com a China em 15 de janeiro.
No Twitter, Trump afirmou que a cerimônia será realizada na Casa Branca, em Washington, e que representaram chineses do alto escalão estarão presentes. “Após a data de assinatura, irei para Pequim onde conversarei sobre a fase dois do acordo”, escreveu.
Ainda de acordo com o analista, o mercado segue atento sobre a tensão entre Estados Unidos e Irã. Isso porque na última sexta-feira, 3, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou um ataque no aeroporto de Bagdá, no Iraque, que culminou na morte do principal comandante militar do Irã e líder de uma milícia local pró-Teerã.
“O mercado ficará mais atento a essa questão geopolítica, que é muito importante para o mercado mundial, mas em Chicago, a soja encontra suporte em cima do otimismo da assinatura da primeira fase do acordo entre China e Estados Unidos”, diz.
Mercado interno
No Brasil, os preços do grão também estão encontrando suporte, explica Gutierrez. “Embora tenhamos essa expectativa de assinatura do acordo no curto prazo, ainda temos um ritmo de exportações forte no Brasil. Estamos encurtando os estoques brasileiros nas próximas semanas, o que naturalmente dá suporte para prêmios e preços”.
“Então diria que é importante o produtor ficar de olho e aproveitar o momento, porque se houver a assinatura desse acordo e esse acordo envolve a compra de grandes volumes de soja norte-americana por parte dos chineses, isso pode afetar os preços no mercado interno ainda no primeiro semestre do ano”, analisa.