Em relatório especial divulgado nesta terça-feira, 7, a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio mostrou possíveis cenários para o mercado de soja quando a pandemia do coronavírus (Covid-19) chegar ao fim.
Atualmente, a soja é pressionada pela queda do preço do petróleo, que reduz a competitividade do biodiesel, mas o principal fator é a forte desvalorização do real, além do aumento de 9,7% da área plantada nos Estados Unidos na safra 2020/2021. Preços internos recordes, com a forte alta do dólar no Brasil, demanda firme para as exportações, como grão e farelo, e demanda interna aquecida, favoreceram esse cenário atual.
No acumulado do primeiro trimestre de 2020, as exportações da soja em grão somam 18,1 milhões de toneladas no Brasil, 15,3% acima das 15,7 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2019, com 70% da safra atual já comercializada e 25% da safra 2020/2021 com preços fixados.
Mas de acordo com a consultoria, o viés é de baixa no longo prazo, com forte aumento da área nos EUA em 2020/2021.
“Com o spread cada vez maior entre os preços da soja e do milho no mercado global, a perspectiva é de que uma parcela da área que seria cultivada com milho na safra 2020/2021 dos Estados Unidos migre para soja, o que poderá elevar a oferta da oleaginosa no mercado global”, disse em relatório.
Ainda segundo a Cogo – Inteligência em Agronegócio, além disso, há grandes probabilidades de que, ao longo do segundo semestre de 2020, a China redirecione grande parte das suas importações para o mercado norte-americano, que estará colhendo uma nova safra, muito provavelmente superior à passada.
“Haverá ainda, o risco de refluxo do câmbio no Brasil, após o controle da pandemia de Covid-19, o que pode promover uma revalorização do Real ante o dólar”, mostra o levantamento.