O Brasil exportou 652 toneladas de soja para os Estados Unidos, entre janeiro e abril deste ano, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Agora, em maio, os embarques deram um salto gigantesco, para quase 100 mil toneladas, de acordo com a Cargonave.
Informações reunidas pela agência marítima dão conta de que dois navios já levaram 67.044 mil toneladas de soja brasileira, saindo do porto de Barcarena, no Paraná, com destino a Norfolk, nos Estados Unidos. O navio MV Four Turandot teria saído no dia 9 de maio e o MV Bar deixou o Brasil nesta quinta-feira, 20. Um terceiro navio, chamado MV Argo B chegou nesta quinta-feira, 20, e deve ser carregado com mais 32 mil toneladas.
Caso se confirme, o volume é o maior embarcado para o país desde julho de 2014, quando, segundo a Secex, foram exportadas 127,4 mil toneladas de soja. O recorde mensal de embarques com destino aos Estados Unidos se deu em junho daquele ano, quando o Brasil vendeu 435,9 mil toneladas aos americanos.
“A maior exportação das últimas décadas, foi em 2014, quando os EUA tiveram uma seca histórica provocada pelo La Niña e importaram 1,061 milhão de toneladas de soja do Brasil”, relembra Carlos Cogo, analista de mercado.
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Por que os EUA estão comprando soja do Brasil?
De acordo com ele, é natural que os Estados Unidos estejam comprando soja do Brasil, visto que os estoques norte-americanos estão nos menores níveis dos últimos seis anos. A expectativa é de que o ritmo de negócios siga aquecido até a entrada da safra na América do Norte.
“Esse é um movimento normal e dá sinais claros de desabastecimento nos Estados Unidos. Tem muito a ver com as questões internas de logística. Normalmente, essas exportações são esmagadoras, para a costa leste, porque é muito caro levar do Meio-Oeste americano para a costa leste”, diz. Outro fator que colabora para o crescimento das exportações nacionais para os EUA são os prêmios negativos nos portos.
Cogo diz que a programação de navios até meados de junho revela o embarque de mais 300 mil toneladas de soja brasileira para os EUA. “Isso reforça o cenário de desabastecimento por lá e, somente com a entrada da safra nova, que não será gigantesca, teremos a recuperação dos estoques. É bem provável que as importações sejam ampliadas, até porque estão embarcando o produto deles para o mercado chinês”, completa.
