A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolve estudos para dominar tecnologias para solucionar o problema do brusone , doença fúngica que afeta as espigas do trigo e que, em anos epidêmicos, pode destruir lavouras inteiras. A doença é um dos fatores limitantes ao crescimento da cultura no Cerrado brasileiro.
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O engenheiro agrônomo e chefe geral da Embrapa Trigo, Osvaldo Vieira, disse que a solução para o problema está “muito próxima”. “Numa escala de um a dez, eu diria que estamos num oito. De dois a três anos a tecnologia pode estar nas mãos dos produtores”, disse.
Vieira considera a pesquisa com organismos geneticamente modificados (OGM) resistentes ao brusone uma das prioridades da Embrapa. “Grande parte da pesquisa é voltada a esse tema. No ano passado observamos muita brusone no Cerrado. Quando dominarmos essa questão, chegaremos muito próximos da autossuficiência; vemos um potencial muito grande”, conforme nota da Embrapa, a região do Brasil Central tem área potencial com mais de 2,7 milhões de hectares que podem ser cultivados com trigo. O chefe da Embrapa Trigo considera que a autossuficiência passa muito mais por questões de mercado do que técnicas.
“Na própria região Sul, a superfície cresceu neste ano por causa da liquidez e dos preços. Isso estimula o produtor a plantar”, no Rio Grande do Sul e no Paraná, conforme o engenheiro agrônomo, o principal problema é a giberela, uma doença fúngica que pode causar grandes perdas de produtividade. Além disso, as micotoxinas produzidas por este complexo de fungos contaminam os grãos e induzem riscos à saúde humana e animal. O controle da doença através de OGMs também é prioridade para a Embrapa Trigo.