Entre janeiro e junho deste ano, as exportações da piscicultura brasileira dobraram em valor e cresceram 14%, totalizando US$ 14 milhões e quase 5 mil toneladas, segundo informativo sobre Comércio Exterior da Piscicultura, produzido pela Embrapa.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, participou nesta quinta-feira (31) da abertura da quarta edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC), em Foz do Iguaçu (PR), um dos principais eventos do setor aquícola.
No evento, Montes destacou que umas das metas é abrir novos mercados para o pescado brasileiro.
“A meta do governo é abrir mercados para que vocês possam estar lá fora entregando nosso produto com qualidade, sustentabilidade e gerando empregos. Temos responsabilidade em produzir alimentos em quantidade e qualidade para combater esse fantasma que vem nos assombrando que é a insegurança alimentar”, disse o ministro da Agricultura, Marcos Montes.
O secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jairo Gund, afirmou que, além dos esforços para reabrir o mercado europeu para o pescado brasileiro, o Mapa tem trabalhado junto aos adidos agrícolas para levantar as potencialidades dos produtos no mercado mundial.
“Há muito potencial que os empresários brasileiros ainda não tinham identificado. Com essas informações, vamos montar um plano de ação junto com o setor privado para abrir esses mercados específicos que possam ser de grande valor agregado e interesse para o setor”.
Semana do Pescado
Com o objetivo de estimular o consumo de pescados no país, o setor produtivo nacional lança a 19ª Semana do Pescado 2022.
O evento deve movimentar todas as regiões do país, envolvendo supermercados, restaurantes e feiras livres, com espaços gastronômicos abertos para a população, no período de 1° a 15 de setembro.
De acordo com o idealizador da iniciativa e presidente do Congresso Internacional do Peixe, Alemir Gregolin, a ideia é criar uma segunda temporada de consumo de pescado no segundo semestre, assim como ocorre no período da quaresma, no primeiro semestre.
“No primeiro semestre, nós temos a Semana Santa e, no segundo semestre, o objetivo é criar uma nova temporada e, com isso, estimular o consumo. Que [o consumo de peixe] seja uma prática cotidiana das pessoas, porque é mais saúde e, havendo mais consumo, estimula a produção em um país que tem um potencial gigante”, disse Gregolin.
Produção
Um levantamento da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) revela que o Brasil produziu 841.005 toneladas de peixes de cultivo (tilápia, peixes nativos e outras espécies) no ano passado, gerando receita de R$ 8 bilhões.
O resultado representa um acréscimo de 4,7% sobre a produção de 2020 (802.930 toneladas). Em seis anos, esse mercado acumula alta de 45,4%.
A tilápia é a cadeia da piscicultura que mais cresce.
No conjunto da pesca e aquicultura, o Brasil produz 1,6 milhão de toneladas, com faturamento em torno de R$ 20 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias dos Pescados (Abipesca).
Na média, o consumo atual de pescado no Brasil é de 10 quilos por pessoa, por ano, ainda abaixo do recomendado, que são 12 quilos por habitante/ano, e distante da média mundial de 20,2 quilos por habitante/ano.
Desempenho da piscicultura
O Paraná é o líder nacional de produção de peixes, com 172 mil toneladas em 2020, contra 154,2 mil toneladas no ano anterior.
O destaque no estado é a tilápia, cuja produção cresceu 11,5%. Em segundo lugar, aparece São Paulo, com crescimento de 6,9% em 2020.
O bom desempenho dos peixes nativos coloca Rondônia na terceira posição no ranking produtor, mesmo com queda de 4,8% em 2020.
O volume produzido de 65,5 mil toneladas ainda é bem acima do quarto colocado que é Santa Catarina, cuja produção cresceu 3% e atingiu 51,7 mil toneladas.
No Maranhão, quinto maior produtor de peixes em 2020, o crescimento foi de 6% e a produção atingiu 47,7 mil toneladas no ano, com aumento na produção do peixe panga.