Diversos

Alimentos sobem e IPCA registra deflação de 0,31% em abril

Com restrição normal de oferta do começo do ano aliada à pandemia do novo coronavírus, alimentos são responsáveis por diminuir deflação do IPCA

Alimentos orgânicos
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Com apoio de


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou deflação (queda de preços) de 0,31% em abril deste ano. A taxa é a menor variação mensal do IPCA desde agosto de 1998 (-0,51%). Em março deste ano, havia sido registrada inflação de 0,07%. Já em abril de 2019, a taxa havia ficado em 0,57%. Dados foram divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Com o resultado, o IPCA acumula taxas de inflação de 0,22% no ano e de 2,40% nos últimos 12 meses.

A principal contribuição para a deflação de abril veio dos transportes, que teve queda de preços de 2,66% no mês. A queda foi puxada principalmente pelos combustíveis (-9,59%). A gasolina recuou 9,31%, o etanol, 13,51%, o óleo diesel, 6,09% e o gás veicular (-0,79%).

Outros cinco grupos tiveram deflação: artigos de residência (-1,37%), saúde e cuidados pessoais (-0,22%), despesas pessoais (-0,14%), habitação (-0,10%) e comunicação (-0,20%). Educação não teve variação de preços.

Por outro lado, os alimentos registraram inflação de 1,79% e evitaram uma queda maior do IPCA. Entre os produtos que se destacaram na alta de preços estão cebola (34,83%), batata-inglesa (22,81%), feijão-carioca (17,29%) e leite longa vida (9,59%).

“Há uma relação da restrição de oferta, natural nos primeiros meses do ano, e do aumento da demanda provocado pela pandemia de covid-19, com as pessoas indo mais ao mercado, cozinhando mais em casa”, afirma o pesquisador do IBGE Pedro Kislanov.

O único grupo de despesa que teve alta, além de alimentação, foi vestuário (0,10%).