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Área tratada com defensivos cresce 12,3% no 2º trimestre, aponta Sindiveg

Entre abril e junho, foram tratados 175,2 milhões de hectares. Entre os principais motivos do aumento está o crescimento do desafio com fungos, insetos e plantas daninhas em diversas culturas

A área tratada com defensivos agrícolas cresceu 12,3% no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2020. Entre abril e junho, foram tratados 175,2 milhões de hectares. Entre os principais motivos do aumento está o crescimento do desafio com fungos, insetos e plantas daninhas em diversas culturas. A área tratada representa a multiplicação de área cultivada por volume de produtos e quantidade de aplicações realizadas e representa a metodologia que melhor reflete o uso efetivo de defensivos pelos agricultores. Os dados estatísticos fazem parte de levantamento exclusivo encomendado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

“No 2o trimestre de 2020, foram tratados 156 milhões de hectares. Isso significa que, de abril a junho deste ano, houve incremento de 19,1 milhões de hectares. Esse fenômeno vem ocorrendo de forma consecutiva desde 2017, quando foram tratados 104 milhões de hectares no segundo trimestre. Essas estatísticas revelam a constante e crescente preocupação dos produtores rurais com os desafios fitossanitários que prejudicam as lavouras e que, se não enfrentados, causam grandes perdas de produção, proporcionando insegurança alimentar ao país”, afirma o presidente do Sindiveg, Júlio Borges Garcia.

A eficácia dos defensivos aplicados utilizados nas plantações brasileiras contribui para o fortalecimento da economia nacional, principalmente durante a pandemia da Covid-19, e da produção recorde de alimentos — o mais recente levantamento da Conab indica safra de grãos próxima a 261 milhões de toneladas. No segundo trimestre, os insumos também foram relevantes para a defesa de cultivos contra a escassez de água. Com a escassez de chuvas, as ervas daninhas competem com as plantas por nutrientes e por água, impedindo o
desenvolvimento normal das lavouras.

Em volume, os defensivos aplicados no 2o trimestre atingiram 113,3 mil toneladas, ante 101,9 mil t em igual período do ano passado — elevação de 11,1%. Entre os principais segmentos de produtos, verificou-se crescimento de 25% no uso de fungicidas (de 17,4 mil para 21,9 mil toneladas), de 10% no uso de herbicidas (de 38 mil para 41,7 mil toneladas) e de 8% no uso de inseticidas (de 33 mil para 35,6 mil toneladas). Os dados foram encomendados pelo Sindiveg à Spark Consultoria Estratégica e ajudam a compreender os problemas enfrentados por agricultores de todas as regiões brasileiras.

“O segundo trimestre é marcado pelo clima de outono e o início do inverno, com tempo seco e mais ameno do Centro-Oeste ao Sul, mas ainda quente no Nordeste. A falta de chuvas é um desafio constante para as culturas. Nesse cenário, o uso de defensivos agrícolas é essencial para evitar prejuízos em um ciclo de produção altamente impactado pelo clima. Afinal, se o clima é imprevisível, o uso de modernas tecnologias de proteção das culturas e controle de pragas é indispensável para o Brasil cumprir o seu papel como grande produtor de alimentos, fortalecendo não apenas a balança comercial, mas a geração de renda e de empregos no campo”, diz Garcia.

O valor do mercado de produtos aplicados recuou 2,8% no segundo trimestre, caindo de US$ 1,419 bilhão para US$ 1,380 bilhão. Do total, 38% referem-se a inseticidas, 28% a herbicidas, 24% a fungicidas, 3% a tratamento de sementes e 7% a outros produtos. A variação negativa resulta da desvalorização do real frente ao dólar, agravada pela crise econômica gerada pela crise sanitária. Esse cenário justifica o crescimento do setor em 13,6% em moeda brasileira — o valor de mercado subiu de R$ 6,432 bilhões para R$ 7,309 bilhões na comparação com abril a junho de 2020.