O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 3, que o ataque norte-americano que matou o líder militar iraniano Qassem Soleimani vai afetar o preço dos combustíveis no Brasil. “Que vai impactar, vai”, previu. Ele disse que a gasolina já está alta e, se seguir subindo, ‘complica’. “Vamos ver nosso limite”, declarou.
Nesta madrugada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou um ataque no aeroporto de Bagdá, no Iraque, que culminou na morte do principal comandante militar do Irã e líder de uma milícia local pró-Teerã. O governo dos Estados Unidos confirmou o ataque realizado por um drone. Em resposta, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, prometeu ‘severa vingança’ aos norte-americanos.
Bolsonaro disse ainda que é preciso mostrar à população brasileira que ele não pode ‘tabelar (o preço de) nada’. “Já fizemos essa política no passado, de tabelamento, não deu certo. A questão do combustível, nós temos de quebrar o monopólio”, afirmou.
O aumento das tensões geopolíticas entre EUA e Irã fez os preços preços internacionais do petróleo dispararem. Por volta das 8h, as cotações futuras do Brent para março subiam 4,70%, para US$ 69,37 por barril e os futuros do WTI para fevereiro avançavam 4,65%, a US$ 63,08 por barril.
Formação dos preços dos combustíveis
Em junho de 2019, a Petrobras anunciou uma mudança na política de formação de preços da gasolina e do diesel no mercado interno. Segundo a estatal, os valores dos combustíveis no Brasil passaram a ser alteradas de acordo com a variação do petróleo no mercado internacional.
“Os preços para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras têm como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo. A paridade é necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos. Além disso, o preço considera uma margem que cobre os riscos (como volatilidade do câmbio e dos preços)”, informa a Petrobras.
Brasil
Bolsonaro afirmou que se encontrará com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, para avaliar a ação militar dos Estados Unidos. E que só depois irá se posicionar sobre a morte do general iraniano. Ele disse também que tentou telefonar mais cedo para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para tratar do impacto sobre o preço dos combustíveis, mas não foi atendido. “Quero ter informações dele”, afirmou.