O Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstra otimismo sobre a retomada econômica na América Latina e no Caribe, mas também alerta para riscos, como a piora do quadro na pandemia no fim do ano passado ou o risco de vacinação contra a Covid-19 mais lenta do que o previsto. A avaliação foi feita durante entrevista coletiva virtual de Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo.
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Werner disse que uma piora recente nos números da pandemia já representam uma ameaça para a retomada “desigual” e com “enormes custos humanos” atual. O FMI projeta que a América Latina e o Caribe registrem crescimento de 4,1% em 2021 e de 2,9% em 2022, após contração de 7,4% em 2020.
Para o Brasil, espera avanço de 3,6% neste ano e de 2,6% em 2022. No caso da Argentina, a expectativa é de crescimentos de 4,5% e 2,7%, respectivamente, e no do México, de 4,3% e 2,5%. Já para a economia chilena, espera-se crescimento de 5,8% em 2021 e de 3,5% em 2022.
O FMI considera que, após a forte contração registrada no segundo trimestre de 2020, houve recuperação rápida em alguns países no terceiro trimestre, superando as expectativas, em nações como Brasil, Peru e Argentina, com o setor manufatureiro mostrando mais impulso do que o de serviços, diante do efeito maior da pandemia sobre estes.
Para o Fundo, a perspectiva da região melhorou diante da expectativa por avanços na vacinação contra a covid-19, que ajudará a normalizar a atividade econômica, pelo impulso na economia dos EUA e também por preços melhores de matérias-primas no mercado internacional. Um atraso na vacinação, porém, pode provocar efeito contrário, advertiu.
Ao alertar para os impactos da pandemia na região, Werner mencionou estimativa segundo a qual mais de 16 milhões de pessoas entraram na pobreza na América Latina e no Caribe diante da pandemia e seus impactos. Nesse quadro, defendeu que os países, a depender de suas condições fiscais e monetárias, continuem a “apoiar as famílias vulneráveis e as empresas”.