OTIMISMO

Boi gordo: expectativa é de alta nos preços no 2º semestre

De acordo com a Scot Consultoria, os preços estiveram tão baixos no primeiro semestre deste ano que a expectativa é de que haja "reação" nos valores nos próximos meses

Nos últimos 3 anos, os preços da arroba do boi gordo sofreram variação expressiva e, atualmente, se encontram em um dos patamares mais baixos.

Com os efeitos da pandemia, guerra e dois embargos de carne bovina pela China, a trajetória agora estabelece um cenário mais positivo para o setor, especialmente nas exportações.

De acordo com o diretor da HN Agro, Hyberville Neto, entre 2020 e 2021, houve uma retenção de fêmeas que gerou diminuição de oferta de bezerros, o que subiu o valor dos animais. Porém, segundo o especialista, esse movimento também resulta em uma menor oferta de carne no mercado.

“Pensando em 2022, o boi gordo começou forte, começou positivamente. As exportações começaram bem, tivemos recordes no meio do ano”, lembrou Neto. O representante da HN Agro ressaltou que em 2022 houve aumento de 7,5% na disponibilidade de gado para abate, enquanto em 2021 foi registrada queda de 7,3%. “Essa alta de 2022 aconteceu por conta do abate de fêmeas, e isso acaba sendo o início de um plantio de uma fase de alta mais para frente”.

Impactos da guerra

A guerra que acontece entre Rússia e Ucrânia também teve efeitos sobre o preço do boi gordo, uma vez que os dois países são possuem grande relevância na produção de carnes e insumos agrícolas. “Os custos realmente subiram, houve um pico de preço. A gente teve a pandemia, uma insegurança alimentar violenta”, afirmou Alcides Torres, sócio-diretor da Scot Consultoria. Torres ainda destacou que, para o pecuarista, cerca 70% dos custos de produção são concentrados pelos animais.

Retomada

Por conta do surgimento de um caso de vaca louca que surgiu no Pará em fevereiro e o embargo de um mês nas exportações para a China, houve queda de 16% nas exportações brasileiras durante os primeiros meses deste ano. No entanto, em maio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima aumento de 3,5% nas exportações do Brasil.

“Como estará o mercado no segundo semestre? É uma pergunta difícil. É impossível a gente adivinhar os preços, mas eles estão tão baixos, que a expectativa do mercado é haver uma reação de preço no segundo semestre”, disse o representante da Scot Consultoria.

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