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Boi gordo: tendência é de manutenção da alta da arroba, diz consultoria

Últimos dias registraram elevação expressiva das cotações; veja o que esperar para os próximos dias, na análise da Safras & Mercado

Boiada em fazenda de Mato Grosso
Foto: Governo de Mato Grosso

O mercado físico de boi gordo teve preços expressivamente mais altos na última semana. “A oferta permanece escassa, com os frigoríficos disputando de maneira acirrada animais que cumpram os padrões de exportação para a União Europeia e para a China”, afirma o analista de Safras & Mercado Allan Maia.

Segundo ele, não há sinais que apontem para mudança de tendência no curto prazo no mercado de boi gordo. “A demanda firme é outro elemento a ser considerado, também o ótimo desempenho das exportações em 2019 e o ápice do consumo no mercado doméstico, no último bimestre do ano. Todos esses fatores enxugam a oferta de abrem espaço para a escalada dos preços“, aponta Maia.

O mercado físico fechou a semana com preços em forte alta nas principais praças de produção e comercialização do país. “Os frigoríficos reajustam constantemente seus preços de compra, e disputam de maneira agressiva os lotes de animais padrão Europa e China. Não há indícios de arrefecimento da alta, avaliando o quadro de escassez de oferta que é dominante neste segundo semestre. Além disso, a demanda interna e externa permanece muito aquecida, resultando na forte alta dos preços”, comenta o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

Em São Paulo, os preços da arroba de boi gordo passaram de R$ 215 para R$ 226 na última sexta, 22. Em Minas Gerais, preços de R$ 214 a arroba, contra R$ 207. EM Mato Grosso do Sul, preços em R$ 204, contra R$ 202 a arroba. Em Goiânia (GO), a variação da cotação foi R$ 198 a arroba para R$ 210. Já em Mato Grosso, o preço seguiu em R$ 188 a arroba.

Atacado

No atacado, os preços da carne bovina voltaram a subir. “A expectativa do mercado ainda é de continuidade do movimento de alta, em linha com o enxugamento dos estoques em um ambiente de clara restrição de oferta. Além disso, a demanda, tanto interna quanto externa, permanece muito aquecida, levando a um quadro de constante necessidade de reposição”, disse Maia.

O corte traseiro teve preço de R$ 17,30 por quilo, com alta diária de 15  centavos. A ponta de agulha passou de R$ 11,10 o quilo para R$ 11,20, enquanto o corte dianteiro passou de R$ 11,25 por quilo para R$ 11,35.

Exportações

As exportações de carne bovina in natura do Brasil renderam US$ 310,7 milhões em novembro (dez dias úteis), com média diária de US$ 31,1 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 63,9 mil toneladas, com média diária de 6,4 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.864,70.

Na comparação com outubro, houve baixa de 0,2% no valor médio diário da exportação, perda de 8,3% na quantidade média diária exportada e alta de 8,8% no preço. Na comparação com novembro de 2018, houve ganho de 19,3% no valor médio diário, baixa de 2,1% na quantidade média diária e ganho de 21,8% no preço médio.

Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.