As exportações de carne bovina ainda sentem os efeitos da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de março deste ano. De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), maio foi o quarto mês consecutivo de queda nas vendas externas da proteína animal, já que apenas em janeiro as exportações superaram igual mês de 2016.
Com base nos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a Abrafrigo aponta o embarque de 113,41 mil toneladas em maio deste ano, ante 126,27 mil toneladas em maio de 2016, queda de 10% na quantidade exportada. Em receita, a queda foi menor, de 5%, chegando a US$ 465,7 milhões, diante de US$ 490,7 milhões em 2016.
A entidade ressalta, ainda, que embora boa parte dos 20 maiores importadores de carne bovina brasileira estejam aumentando suas compras a níveis próximos da normalidade e a China continue avançando, no total geral as exportações continuam em níveis inferiores aos de 2016.
Assim, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano as vendas alcançaram 533.670 toneladas, queda de 10%, contra as 591.753 toneladas no ano passado. Em relação a receita, a queda é de 6%, com um total de US$ 2,127 bilhões, contra
US$ 2,257 bilhões em 2016.
Por continente, a África reduziu suas compras de 117.136 toneladas em 2016 para 55.304 toneladas neste ano, “culpa principalmente do Egito, que vive uma crise de divisas”, explica a entidade em nota. A América do Sul reduziu de 40.657 toneladas para 26.506 toneladas, o que pode ser explicado pelo completo desaparecimento da Venezuela das estatísticas, país que já figurou entre os cinco maiores importadores brasileiros.
Para a entidade, a Europa Ocidental continua com seus receios depois da Carne Fraca e reduziu suas compras de 48.304 toneladas para 39.956 toneladas, enquanto o Extremo Oriente caiu de 209.299 toneladas em 2016 para 200.940 toneladas neste ano, indicando que há muito trabalho a se fazer para reconquistar mercados.