De acordo com o boletim agromensal do Cepea para o boi gordo, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) atingiu a máxima da série (iniciada em 1994) no dia 20 de abril, de R$ 150,65. No caso do bezerro, o recorde desde o início da série (neste caso, em 2000) foi verificado no dia 31 de março, de R$ 1.444,22, conforme o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul). No mercado atacadista, a carcaça casada de boi registrou o maior valor da série do Cepea (iniciada em 2001 para o produto) no dia 15 de abril, de R$ 9,81/kg na Grande São Paulo.
De modo geral, pecuaristas de engorda seguiram resistentes nas negociações, devido aos altos valores da reposição, que prejudicam a relação de troca. Em São Paulo, a venda de um boi de 17 arrobas possibilitou a compra de 1,82 bezerro neste mesmo estado ou de 1,84 bezerro em Mato Grosso do Sul na média de abril. No mesmo período do ano passado, essas relações eram de 2,1 bezerros de SP e de 2,09 adquiridos em MS.
O encarecimento do boi magro acentuou, ainda, a cautela de confinadores, que se depararam também com dificuldades para a obtenção de crédito. Situação melhor foi a daqueles pecuaristas que trabalham com cria e/ou recria. Embora o contexto médio aponte parcimônia nos investimentos em confinamento, levantamento da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores) feito junto a seus associados mostrou que o número de bois confinados neste ano deve aumentar 7,7% em relação a 2014.
Quanto às exportações brasileiras de carne bovina, o volume cresceu em abril pelo terceiro mês consecutivo. No total, foram embarcadas 83,4 mil toneladas do produto in natura, 1,6% a mais que em março, mas 8,9% abaixo do volume registrado em abril do ano passado, segundo dados da Secex. O preço médio da tonelada da carne bovina exportada em abril foi de US$ 4.164,10 ou R$ 12.658,86. Em dólar, o aumento foi de 0,7% em relação a março, mas, em reais, houve queda de 2,5%; já frente a abril do ano passado, registra-se recuo de 10% no valor em dólar e forte valorização de 23% em Reais, ainda conforme números da Secex.
Assim, em receita, os embarques de abril geraram US$ 347,1 milhões, 2,3% a mais no comparativo mensal, mas 18% a menos que o montante de abril/14. Em Reais, a receita foi de R$ 1,05 bilhão, queda de 1,1% em relação a março, mas elevação de 11,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. O dólar se desvalorizou 3,3% de março para abril, mas, sobre abril/14, ainda registra expressiva alta de 36,2%.
Preços dos cortes de traseiro seguem em alta na semana
Nas três semanas anteriores, os feriados, coincidindo com o pagamento de salários, favoreceram gastos com alimentação e bebidas. Passado esse período, o ambiente para consumo tende a piorar, segundo análise da Scot Consultoria. Com isso, nos últimos sete dias, o mercado de carne começou a se acomodar. Os negócios diminuíram, mas ainda sem efeitos muito intensos sobre os preços dos cortes no atacado, que caíram 0,2%, em média. Os cortes de traseiro, que até então vinham sendo escoados com maior dificuldade, seguiram em alta, refletindo ainda o impulso que os eventos recentes conferiram às vendas, e o reajuste médio foi de 0,5%. Isso mantém o alivio sobre as margens da indústria, que até abril vinham estreitas, com relatos de unidades que trabalhavam com prejuízo operacional.
Frango
Com a recente melhora das vendas no atacado, os preços da carne de frango (inteiro e cortes) avançam maio em recuperação na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Em termos nominais, a média na parcial deste mês supera a do mesmo período do ano passado. Já ao corrigir os valores pelo IPCA de abril/15, verifica-se que as atuais cotações ainda estão menores frente às de maio/14, exceto em algumas praças sulistas, favorecidas pelas exportações.
Suíno
De acordo com o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, Valdomiro Ferreira, há cerca de 15 dias a arroba estava a R$ 57 no mercado paulista e nesta semana, em Holambra (SP) e São Sebastião da Grama (SP), foram registrados negócios por R$ 64,00 a arroba. Mesmo com a alta, os suinocultores ainda saem perdendo, já que o custo de produção, de acordo com Ferreira, é de R$ 72 na região de Campinas (SP). A perspectiva, no entanto, é de melhora de preços em todo o Brasil. A partir de março, as exportações começam a aumentar, o que beneficia o setor.