Produtores do café arábica iniciaram a colheita no sudeste com a expectativa de uma ótima safra. Segundo especialistas, a boa produtividade não deve interferir nos preços e a tendência é de que as cotações permaneçam em alta. “Esta safra choveu bem, a chuva ajudou. Com esta chuva acabou o café granando bem e melhorando a qualidade do café”, avaliou o engenheiro agrônomo Thiago Makhou de Carvalho.
A colheita do café arábica começa pelos pés mais novos, que são menores e mais frágeis, em um trabalho que é feito a mão. O grosso da colheita só começa em junho, mas para os o cafeicutor João Batista Ricci, esse começo de trabalho é fundamental para o adiantamento da colheita feita pelas máquinas. “É que o café novo sempre adianta mais, cresce mais rápido. Até o quarto ano a gente não põe máquina, então a gente começa neles primeiro pra ir adiantando. A hora que o outro tá bom, aí a gente entre com a máquina”, disse.
O produtor espera uma produtividade de 40 sacas por hectare nesta safra, quase 50% a mais que na temporada passada. “Ano passado a gente veio de uma seca e a safra foi baixa. Então, este ano, (deve ser) bem melhor que os dois últimos anos”, disse Ricci, que já negociou um terço da safra por R$ 515 a saca.
Outro fator que deve manter o bom preço do café arábica é a quebra da produção de café conilon no Espírito Santo, que vai desabastecer o mercado interno e elevar a demanda pelo arábica, tudo isso aliado ao baixo estoque atual que deve manter as cotações em alta.
“Apesar da grande produção, nós convivemos com um mercado que possui pouco estoque e o estoque que possui é de baixa qualidade”, analisou o gerente da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Pinhal (Coopinhal), Daniel Gozzoli.
Com esses componentes, a safra tem tudo para ser uma das melhores de todos os tempos para os produtores de café arábica.