O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Jorge Corsino, disse ao que o aumento da tarifa antidumping ficou abaixo da expectativa do setor, que esperava uma correção para pelo menos US$ 0,90/kg, que seria um nível suficiente para contrabalançar os subsídios concedidos pelo governo chinês aos produtores de alho.
A reivindicação dos produtores brasileiros de alho era que a Camex elevasse a taxa para US$ 1,1 por caixa. Apesar de o aumento ter sido inferior ao pleiteado, Corsino diz que medida deve ser comemorada, pois melhora as condições de competição do produto nacional com o alho chinês. Ele afirmou que a acata a decisão e respeita os parâmetros técnicos que resultaram no valor da tarifa calculado pelo Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As importações respondem por 65% do abastecimento do mercado brasileiro de alho, principalmente da China e da Argentina. A produção nacional está espalhada por cinco mil propriedades, onde são cultivados 11 mil hectares, que devem render nesta safra 10 milhões de caixas de 10 quilos. Corsino diz que a “concorrência desleal” do alho chinês é o principal entrave à busca da autossuficiência na produção nacional de alho, pois, “além do dumping na origem, também existe o subfaturamento praticado pelos importadores quando o produto chega no Brasil”.