A formação de um ciclone extratropical na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai vai trazer temporais e rajadas de vento de 90 km/h principalmente na metade sul do estado. Boa parte do Rio Grande do Sul vai receber 100 milímetros de chuva em sete dias, valor que leva quase um mês para ser alcançado. A expectativa é de aumento significativo da umidade do solo em todo o estado, o que vai trazer alívio aos produtores de soja, mas por outro lado vai diminuir a radiação solar nas áreas produtoras de arroz.
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Em Santa Catarina, a chuva mais intensa muda para o oeste do estado, e também se aproxima dos 100 milímetros em sete dias. Já no Vale do Itajaí, Litoral e Serra, região mais afetada pelos deslizamentos de terra, estima-se algo entre 50 e 80 milímetros. “Ainda há risco de deslizamentos de encosta, mas o nível de rios deverá diminuir lentamente a partir da segunda metade desta semana”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
No Paraná, também há previsão de chuva forte com acumulado entre 50 e 80 milímetros, paralisando as atividades de colheita e piorando a qualidade de soja e feijão. Além da região Sul, há previsão de chuva forte no oeste de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, sudoeste de Goiás, região Norte e partes do Maranhão e Piauí. Todas as áreas receberão pelo menos 50 milímetros em sete dias.
No Matopiba, a tendência é de que a chuva só retorne no início de fevereiro, principalmente para áreas da Bahia onde o solo já perdeu muita umidade. “A gangorra climática só vai pender para o Nordeste e levar mais chuva para a região na segunda semana de fevereiro. A partir do dia 20, as chuvas mais concentradas no Matopiba vão deixar o comportamento deste La Niña em curso mais semelhante a um fenômeno clássico”, explica Celso.