As últimas pancadas de chuva no Rio Grande do Sul foram fundamentais para o andamento do plantio do trigo, segundo Celso Oliveira, meteorologista da Somar. “A umidade do solo atingiu índice de 80%”, afirma.
No Paraná, a semeadura ainda está em fase inicial, com cerca de 7% dos 1.080 mil hectares previstos para a triticultura nesta temporada. Das lavouras já implantadas, 31% estão em condições consideradas médias e 69% em boas condições, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em São Paulo, as lavouras ainda estão em fase de implantação, mas as operações de plantio reduziram um pouco seu ritmo devido à espera por condições climáticas mais favoráveis.
Em Minas Gerais, as lavouras de sequeiro já foram semeadas e estão em fase de desenvolvimento vegetativo. Já as áreas destinadas ao cultivo irrigado ainda estão com plantio em andamento.
Em Mato Grosso do Sul, cerca de 10% dos 32 mil hectares previstos para essa safra já foram plantados.
Já em Goiás, houve uma diminuição das áreas cultivadas em sequeiro. As primeiras delas já foram semeadas em algumas regiões do estado, porém a tendência é que haja maior predomínio de lavouras irrigadas.
A expectativa para o mês de junho é de que os volumes de chuva continuem em áreas produtoras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, principalmente na primeira metade do mês, com a chegada de novas frentes frias — já existe uma prevista na primeira semana do mês. Merece atenção o noroeste do Paraná, que não deve receber muita precipitação em junho, ficando abaixo da média.
No restante do Paraná, nas áreas produtoras do centro e oeste de São Paulo e de Minas Gerais, os volumes devem ficar entre a climatologia e abaixo da média, sendo verificados principalmente na segunda e última semana do mês.
Apesar de haver três maiores quedas de temperatura esperadas em junho, uma já nos primeiros dias do mês, outra na terceira semana e outra na última semana do mês, as ondas de frio já não aparecem com a mesma intensidade que em maio. A expectativa maior para geada ocorre na última semana do mês em alguns pontos do Sul do país.
As ondas de frio se intensificam em julho, com valores de temperatura abaixo da média climatológica no Rio Grande do Sul e oeste e sul de Santa Catarina. Já no Paraná, principalmente o norte do estado, as temperaturas seguem acima da média. Já nas áreas produtoras do sul de São Paulo, os valores ficam próximo da climatologia.
A tendência para agosto é de que essa situação mude um pouco. As chuvas devem ficar acima da média no sul e leste do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina. No interior gaúcho, os modelos apontam chuva dentro da climatologia. No norte do Rio Grande do Sul, norte e oeste de Santa Catarina e no estado do Paraná, as precipitações devem ficar abaixo da normal climatológica.
Já nas áreas produtoras de São Paulo, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul e de Goiás, sem grandes mudanças, os acumulados devem se manter abaixo de média histórica.
Com respeito às temperaturas, as ondas de frio se intensificam em agosto à medida que o Oceano Pacífico se resfria mais, mostrando a tendência de termos um La Niña até o fim do ano. Desta forma, as ondas de frio avançam pelos três estados da região Sul, por São Paulo, sul de Minas Gerais, sul e leste do Mato Grosso do Sul e sul de Goiás, gerando geadas mais amplas. Apenas no norte de Minas Gerais, as temperaturas ficam mais elevadas que o normal.