Apesar das importações de milho dos Estados Unidos estarem permitidas ao Brasil a partir de 1 de julho, com a aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e a publicação da normativa 32, que traz novas normas de liberação comercial de transgênicos, na edição de ontem do Diário Oficial da União, o consultor de Safras & Mercado, Paulo Molinari, entende que a decisão terá poucos efeitos para o curto prazo.
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Segundo Molinari, não há qualquer importação chegando dos EUA ao Brasil, nem por chegar e o alto custo de aquisição deve barrar aquisições no curto prazo. “É importante dizer que o custo de importação desta origem ainda é muito elevado, perto de R$ 105 CIF na indústria, superando o custo do milho da Argentina, que está em R$ 97”, compara.
O consultor destaca que, a partir dessa decisão da CTNBio, em uma nova situação de alta nos preços do milho, a porta norte-americana estará aberta para o Brasil se o país precisar comprar o cereal desta origem. “Mas, dificilmente o milho norte-americano será mais barato que o argentino para o Brasil”, alerta.
Molinari afirma que apesar da quebra histórica na safrinha de milho, o que culminou em preços históricos para o cereal, a possibilidade de entrada de milho dos Estados Unidos não trará efeito algum nos preços do Brasil no curto
prazo. “O Brasil está próximo da colheita da segunda safra e não haverá escassez de oferta nos próximos 90 dias”, sinaliza.
O consultor ressalta ainda que os focos para o milho estão centrados agora na colheita de milho safrinha no Brasil, no clima para o desenvolvimento das lavouras norte-americanas do cereal para os movimentos da China no mercado internacional.