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Considerando que o boi engordado no confinamento morre, em média, com 30 meses de idade e que ele fica apenas três meses confinado, o período que ele passa nos currais de engorda representa apenas 10% da vida do animal. Os outros 90% do tempo de vida ele passa no pasto. Por isso, para o zootecnista Pedro Veiga Paulino, quem faz cria e recria também é responsável pela qualidade da rês que vai para ao abate.
– Grande parte da vida, o boi passa na recria, num manejo nutricional muito aquém do potencial de ganho de peso dele. Temos que evoluir na recria – diz Paulino.
A partir do momento em que o gado entra nos currais de engorda, a responsabilidade do bom desempenho do animal passa a ser de quem vai terminar o boi. Fornecer alimentação adequada e água em abundância é essencial. Em média, um boi consome 14 quilos de comida e até 60 litros de água por dia. Para engordar, o animal precisa de fibras, proteínas, fonte de energia, minerais e vitaminas. A dieta tem que ser balanceada por um nutricionista, que precisa encontrar o equilíbrio entre o menor custo e o bom desempenho.
– O parâmetro para a alimentação do gado no confinamento é o milho e o farelo de soja. Se você balancear com milho e farelo de soja, é muito difícil errar. Porque eles são como o arroz e o feijão no prato do brasileiro – diz o coordenador do confinamento experimental da Escola de Veterinária e Zootecnica da Universidade Federal de Goiás (EVZ/UFG), Juliano Fernandes.
Conhecer a origem dos produtos que compõem a alimentação dos animais ajuda a evitar problemas com contaminação, por exemplo. Muitos confinamentos, independentemente do tamanho, preferem produzir alguns dos ingredientes, principalmente a silagem, para controlar a qualidade e, ao mesmo tempo, reduzir custos. As fazendas goianas de Conforto, em Nova Crixás, e Planura, em Aruanã, por exemplo, produzem boa parte do que o gado come.
Cuidados com manejo também influenciam na engorda do boi. Separar os lotes de acordo com o peso de chegada e predominância de raça padroniza o consumo de alimento e evita grandes diferenças de comportamento.
– Ter vários de tipos de gado e várias idades no mesmo lote é um problema – diz Márcio Sena, diretor da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Goiás.
Respeitar um espaço mínimo, entre 6 e 12 metros quadrados por animal, e 50 centímetros de linha de cocho, propicia conforto dentro do curral e diminui disputas por alimento. Molhar os currais gera bem-estar, pois refresca o calor, segura a poeira, e ainda ajuda a evitar problemas respiratórios. E os currais precisam ser vistoriados todos os dias. Pois o olho do dono é fundamental para fiscalizar se tudo está correndo bem para que o animal ganhe peso.
– Eu preciso ter um acompanhamento semanal aqui no confinamento. Não posso esperar um mês pra ver como ele está se desenrolando. Se alguma coisa estiver errada, preciso tomar atitude imediatamente – diz Cláudio Braga, diretor de agronegócios da Fazenda Conforto.
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