Parlamentares brasileiro presentes na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26) em Glasgow, no Reino Unido, comentaram nesta quarta-feira (10) as metas sobre clima assumidas pelo Brasil
Os compromissos brasileiros vão desde a redução de 50% das emissões dos gases de efeito estufa até 2030 até a neutralização total em 2050, passando pelo mercado de carbono e o fim do desmatamento florestal.
Muitas das metas acertadas na COP passam pelo Congresso Nacional. Por isso, deputados acompanham de perto as discussões, inclusive membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), afirma que o agro brasileiro tem plena consciência do que representa a Amazônia para o país. “Ela é o lastro que nos permite entrar no mundo inteiro. Precisamos preservá-la, pois isso vai dar maior competitividade para o nosso agro exportador”, diz.
“A União Europeia já sinalizou a taxação de produtos [obtidos] com alta emissão. E isso é uma tendência no mundo inteiro”, complementa Ramos.
No ano passado, o Brasil apresentou à União Europeia o projeto chamado de Selo Verde, que valoriza alimentos com comprovação de produção dentro das normas ambientais. Autor do projeto, o deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), afirma que a chancela premia os pecuaristas que produzem preservando o meio ambiente.
O sistema, segundo o parlamentar, é muito simples. “Na nota fiscal, nós vamos inserir o [número do] Cadastro Ambiental Rural e a Guia de Trânsito Animal. Com isso, em qualquer lugar do planeta, qualquer mercado que comprar a carne brasileira vai saber onde está essa propriedade, quem é esse produtor e ele será premiado na sua competitividade, com certeza com melhores preços e segurança para o consumidor”, enumera.
Esses assuntos estão relacionados com a comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, da qual o deputado Aliel Machado (PSB-PR) é presidente. Segundo ele, o Congresso Nacional pode contribuir de diversas formas com esses acordos fechados pelo governo na COP26. “Agilizando a apreciação dos projetos, diminuindo a burocracia, discutindo o tema principal na reforma tributária para incentivos na área ambiental que comunguem com a necessidade de nossa agricultura”, afirma.
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