Mesmo com a publicação de um novo rascunho do acordo de Glasgow, nesta sexta-feira (12), último dia da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a declaração final da COP26 deve ficar para o fim de semana.
A informação é do diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira; e da repórter Sara Kirchhof, enviados especiais da emissora ao evento. Ao longo das últimas duas semanas, a equipe do Canal Rural acompanhou de perto os principais debates da COP26.
Segundo Giovani Ferreira, conciliar o interesse de 196 países não é uma tarefa simples. “Todos têm interesses, o texto final, que deveria sair hoje, deve ficar para o fim de semana”, diz.
De acordo com informações da repórter Sara Kirchhof, o novo rascunho é um pouco mais brando que o divulgado ao longo da semana, especialmente na questão dos combustíveis fósseis, como carvão e petróleo. “Mesmo brando para o setor, o texto é considerado histórico. Há uma pressão dos países produtores de carvão, petróleo e de gás, mas o texto é considerado um grande avanço”, afirma.
Participação do Brasil
Em entrevista para o Canal Rural, o secretário de Clima e Relações Internacionais, o diplomata Marcus Henrique Paranaguá, disse que o Brasil está cauteloso, mas esperançoso com a última proposta colocada na mesa. “O Brasil está empenhado. Queremos fechar o texto, no máximo, até amanhã [sábado]. Alguns países estão reticentes, mas um acordo é possível”, revela.
Na opinião de Paranaguá, o Brasil sai fortalecido da COP26. “O país trouxe uma delegação robusta, um número grande de cases. Participou efetivamente de todas as discussões, não apenas através do governo do federal, mas com todos os atores da sociedade: empresas, entidades”.
Giovani Ferreira diz que o agronegócio brasileiro saiu como um grande protagonista do evento. “O Brasil sai com uma nova narrativa, onde produzir e preservar não é mais opção, mas uma condição para o desenvolvimento sustentável”.