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Crise hídrica afeta estudo sobre solos na região norte do Paraná

Além da agricultura, a falta de chuvas também está interferindo em pesquisas que dependem da precipitação para ter dados

A chuva abaixo da média nos últimos anos tem afetado o agronegócio como um todo. Até mesmo pesquisas que dependem da precipitação para ter dados coletados passam por um período de carência de informações. Esta é a situação enfrentada por pesquisadores da Rede de AgroPesquisa e Formação Aplicada Paraná (Rede AgroParaná), que estudam a erosão em seis mesorregiões do estado.

Em Cambé, na região Norte, por exemplo, apesar dos mais de 200 eventos de chuva nos últimos quatro anos, em praticamente todas ou não ocorreu escoamento ou este aconteceu de forma fraca.

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Foto: Daniel Popov/Canal Rural

“Desde que nós implantamos, temos monitorado e o projeto vem acontecendo normalmente, mas temos tido poucos eventos significativos nos últimos anos. Não conseguimos ter resultados mais robustos sobre perdas de solo e águas. Agora no verão esperamos que tenhamos chuvas mais significativas considerando a climatologia local”, projeta a coordenadora do projeto Rede AgroParaná da mesorregião Norte, Graziela Cesare Barbosa.

Estudo

Com as coletas de dados feitas até agora, conforme a pesquisadora, já foi possível observar o funcionamento hidrológico local e as lacunas de manejo do solo e da água, que podem ser pautas de discussão entre pesquisa e extensão.

“Os resultados iniciais indicam maior perda de solo e água nas áreas sem a presença de práticas mecânicas [terraços] de conservação, mesmo em plantio direto”, enfatiza. “Outra questão importante é a eficiência da mata ciliar em desconectar a encosta agrícola, reduzindo a carga de sedimentos no corpo hídrico [rio]”, completa.

Graziela lembra que há uma série de pesquisadores envolvidos para coletar os dados que, depois da fase de campo, vão para o laboratório, onde ocorre efetivamente a investigação das amostras.

“É no laboratório que fazemos efetivamente a análise da água e do sedimento escoado. Também pesquisamos a perda de nutrientes, principalmente fósforo, potássio, cálcio e magnésio. Esse adubo também está perdendo se acontece processo erosivo e representa prejuízos aos produtores”, detalha.

Os estudos realizados em diversas regiões do Paraná fazem parte da Rede de AgroPesquisa, que começou a ser implantada em 2015 por diversas entidades, entre eles, o Sistema Faep/Senar. “A partir dos resultados será possível recomendar as melhores práticas agrícolas de conservação do solo para o controle do escoamento superficial e de seus processos associados e aprimorar os conhecimentos para que o produtor rural paranaense conserve o solo e a água, levando o Paraná ao status de Estado com a agricultura mais sustentável do Brasil”, avalia Graziela.