As exportações de soja no último mês recuperaram um pouco do ritmo e registraram alta superior a 24% na comparação com março do ano passado. Em janeiro deste ano, as exportações do grão ficaram 96,5% abaixo do volume comparado com o mesmo período de 2020. Em fevereiro também houve queda de 40,1% nos embarques.
- Entenda o sobe e desce das exportações da soja e do milho
- Exportações de soja: Brasil se recupera e quase consegue melhor 1º trimestre da história
Somente o mês de março se destacou com alta nos embarques de 24,3%. Embora o registro de melhoria no mês passado, no acumulado deste primeiro trimestre, há queda de 3,8 por cento frente ao mesmo período de 2020.
Em relação ao milho o quadro é diferente. As exportações tiveram alta em janeiro e fevereiro com 21% e 141%, respectivamente e baixa nos embarques apenas em março com 37,7% a menos comparado com o mesmo mês do ano passado.
No primeiro trimestre de 2021, a alta nos embarques de milho fica maior com 25,6%, puxada pelo alto volume de milho exportado em fevereiro.
De acordo com Felipe Serigatti, professor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, parte dessas exportações já estavam contratadas, e, no caso da soja, o resultado é positivo.
“Embora o Brasil não tenha atingido o recorde de 17 milhões de toneladas de soja exportadas, estamos falando da segunda maior marca da nossa história, com a venda de 16, 4 milhões de toneladas”, destaca.
Bom momento para as exportações de grãos
Na avaliação do comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o cenário mostra que demanda brasileira por grãos seguirá forte. “Seja internamente ou externamente, a demanda por grãos do Brasil vai continuar, ela é inevitável. O produtor está investindo pois essa é oportunidade que ele tem”, diz.
Daoud ainda chama a atenção para dois cenários, onde nem todos os produtores conseguiram tirar proveito da situação. “Aqueles que produzem em larga escala podem ter maior lucratividade, enquanto os menores podem enfrentar mais dificuldades, devido à alta dos custos”, completa.