Diversos

Tereza Cristina inicia nesta segunda-feira viagem para a Ásia

A ministra vai se reunir com autoridades dos governos e empresários para discutir exportação de produtos brasileiros e investimentos em infraestrutura

Tereza Cristina
Tereza Cristina afirmou que seguirá em buscar de parcerias / Foto: Valter Campanato-Agência Brasil

A ministra Tereza Cristina inicia nesta segunda-feira, dia 6, uma viagem de 16 dias ao continente asiático. A delegação brasileira passará por quatro países – Japão, China, Vietnã e Indonésia – onde terá reuniões e encontros com autoridades governamentais, empresários e acadêmicos com o objetivo de promover os produtos agropecuários e aumentar a participação brasileira nesses mercados.

“Vou à China, ao Japão, que está ávido por nossos relatórios para abrir mercado para nossa carne in natura. Depois irei ao Vietnã, que tem interesse em frutas, gado em pé, soja e milho”, disse a ministra, na abertura da Agrishow, no último dia 29, em Ribeirão Preto (SP).

A comitiva terá 98 pessoas, incluindo equipe do ministério, parlamentares, empresários e representantes de associações setoriais.

Japão

A primeira parada é em Tóquio, capital japonesa. No dia 9, a ministra vai se reunir com representantes da Federação das Indústrias do Japão (Keidanren) para discutir investimentos em infraestrutura de transporte e armazenamento de grãos. No mesmo dia, terá encontros com os ministros da Agricultura, Floresta e Pesca e da Saúde.

Na sexta-feira, dia 10, a ministra participará de evento de promoção de cafés especiais nacionais na UCC Coffee Academy, escola de barismo reconhecida em Tóquio. Cerca de 100 convidados terão a oportunidade de degustar várias amostras de cafés brasileiros importados pelo Japão, segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais.

“A intenção do governo brasileiro é contribuir com as iniciativas que o setor privado tem promovido no exterior, em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais. Os países asiáticos são a nova fronteira para o mercado do café”, informou, em abril, o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, que acompanhará a ministra.

G20

Em Niigata, na costa japonesa, a ministra participará, nos dias 11e 12 (sábado e domingo), do encontro com seus pares do G20, que antecede a reunião entre os chefes de Estado do grupo que ocorrerá em 28 e 29 de junho, em Osaka. O tema da reunião ministerial é “O Desenvolvimento no Setor de Agricultura e Alimentos – Novos Desafios e Boas Práticas”. E também terá encontros bilaterais.

Tereza Cristina apresentará práticas sustentáveis adotadas pelos produtores brasileiros, principalmente os projetos que fazem parte da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF).

Governo inicia viagem ao continente asiático / Fonte: Ministério da Agricultura

China 

As visitas aos países asiáticos ocorrem em momento de riscos e oportunidades comerciais, sobretudo com a China, nosso principal parceiro, com 35% das exportações em 2018. O Brasil acompanha os desdobramentos de acordo comercial entre os Estados Unidos e a China, que pode aquecer a economia global e a demanda por alimentos.

O eventual acordo suspenderia a guerra comercial iniciada no ano passado pelos dois países, porém, pode reduzir a compra de soja brasileira pela China, porque o acerto deverá derrubar a cobrança de tarifas nas exportações da soja norte-americana ao mercado chinês e, assim, afetar as exportações brasileiras. “As coisas nesse mercado não são simplistas e nem para amadores”, disse Tereza Cristina em entrevista coletiva nesta sexta-feira em Brasília.

No primeiro trimestre de 2019, as vendas de soja triturada do Brasil para China (US$ 4,75 bilhões) corresponderam a 9% do valor arrecadado com o total de exportações (US$ 52,6 bilhões). No período, de cada US$ 100 que o país captou com a venda do produto em todo o mundo, US$ 77,48 vieram da China.

Peste suína

Além do armistício comercial entre americanos e chineses, o Brasil pode ser afetado com a chamada peste suína africana, um vírus que tem dizimado o rebanho de porcos da China, principal consumidora de carne suína do mundo. A morte dos porcos, alimentado com soja e milho, pode diminuir a procura pelos produtos brasileiros.

A redução do rebanho, por outro lado, tende a aumentar o preço da carne suína no mercado internacional e criar demanda para frigoríficos e fabricantes brasileiros. “É um mercado que se abre”, prevê a ministra.

“O Brasil todo pode se beneficiar. O que nós temos que fazer é ir lá e garantir a qualidade de nossos produtos. Depois, tem toda relação comercial que não é o Ministério da Agricultura. Ai vai ser entre os privados, as empresas brasileiras e os exportadores chineses”, disse a ministra.

Tereza Cristina tem como expectativa de viagem conversar com autoridades sanitárias da China sobre a habilitação de novos frigoríficos e fabricantes para exportação de carne suína, bovina, asinina (de burro) e de aves. Segundo o ministério, o Brasil tem 79 plantas de fornecedores com perspectiva de serem habilitadas para exportar para a China.

Outra possibilidade da viagem é estimular empresários da China e do Japão quanto à possibilidade de investimento em obras de infraestrutura e logística para escoamento da produção agropecuária no Brasil. “Somos competitivos da porteira para dentro”, disse Tereza Cristina, que não vai levar nenhum projeto específico aos países orientais.

Nova call to action