O dólar registrou forte alta em 2019, chegando a R$ 4,25 e batendo recordes desde a criação do Plano Real. Porém, a moeda-americana já recuou, fechando a sexta-feira, 13, na casa de R$ 4,10. Roberto Troster, doutor em economia pela Universidade de São Paulo (USP), afirma o câmbio deve continuar em queda e fechar o ano abaixo de R$ 4.
Segundo o economista, a volatilidade do dólar deve-se a quatro fatores, sendo eles:
- Manifestações no Chile: o aumento nas passagens de metrô em Santiago, capital chilena, desencadeou uma onda de protestos no país, que se mantiveram mesmo após cancelamento do acréscimo. Em meio aos conflitos que deixaram dezenas de feridos, o presidente Sebastián Piñera chegou a pedir que seus ministros deixassem o cargo “à disposição”. Segundo Troster, isso gerou um temor no mercado de que a onda de protestos se espalhassem e chegassem ao Brasil;
- Declarações de Paulo Guedes: o ministro da Economia declarou em novembro, quando o dólar atingiu o ápice de R$ 4,25, que era bom a população se “acostumar com câmbio mais alto e juros mais baixos por um bom tempo”;
- Balança comercial: o sistema Serpro sofreu um erro de programação que prejudicou a divulgação de dados desde setembro. Em novembro, os números baixos levaram a uma revisão e, consequentemente, à identificação do problema. “Quando atualizado, passou de déficit para superávit”, diz Troster.
- Mercado cambial: o economista explica que existem dois mercados no Brasil: à vista que é mais burocrático e comum aos agricultores e o futuro, que registra maior volatilidade. “O dólar costuma subir de elevador e descer de escadinha”, finaliza.