O dólar comercial fechou em R$ 4,9440, com queda de 1,45%. A cotação foi o menor valor desde o dia 30 de junho de 2021 (R$ 4,9720). Este movimento foi ocasionado pela alta global das commodities, gerando intensa entrada de capital estrangeiro na bolsa.
Para o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o movimento do dólar hoje está mostrando que o que vale, neste momento, são as commodities. O problema é quando ocorrer um clima de aversão ao risco”. O economista acredita que este quadro com uma piora no conflito na Ucrânia ou uma eventual queda das commodities.
Leal crê que, de certo, o Brasil se beneficia com a tensão geopolítica, principalmente por estar localizado distante dele. “O aumento das commodities deve impactar positivamente o câmbio para este ano, mas em 2023 deve ocorrer o inverso”, projeta.
De acordo com a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “o cenário de alta das commodities é favorável, o que é reforçado pela alta da Selic (taxa básica de juros), que deve ir a 12,75% na reunião de maio”.
Abdelmalack explica que a continuidade do conflito no leste europeu é benéfica para o Brasil: “Isso aumenta a perspectiva de um quadro inflacionário mais persistente, e faz com que a bolsa brasileira, em especial as empresas de commodities, continue sendo, aos olhos dos estrangeiros, uma boa oportunidade”, analisa.
Para a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “embora o noticiário do final de semana tenha trazido alguns poucos sinais de esperança para o fim do conflito, as tentativas anteriores sem resultado positivo deixam um ar de insegurança e cautela nos mercados nesta semana”.
A disparada da inflação global, pontua Quartaroli, é preocupante: “Há a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) poderia aumentar os juros de maneira mais agressiva”. Ela considera os comentários que os comentários do presidente da instituição, Jerome Powell, hoje e na próxima quarta-feira, terão impacto direto no dólar.