A invasão da Rússia pela Ucrânia teve reflexo no comércio brasileiro com os dois países. Enquanto para a Ucrânia houve uma forte interrupção no fluxo, para a Rússia os valores exportados e importados aumentaram fortemente por causa da alta no preço dos produtos comercializados.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em março, houve aumento de 54% no valor exportado para a Rússia – com a venda principalmente de soja, açúcar e café – e de 71% no importado – com a compra de adubos e fertilizantes, carvão e óleos combustíveis.
“Observamos queda acentuada no fluxo comercial para a Ucrânia em março. Já o aumento do comércio com a Rússia em março ocorre por alta em preços, há redução em quantidade nos totais importados de 9,6%”, afirmou o subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.
Para a Ucrânia, as vendas brasileiras caíram 59% em março, com a paralisação total de embarques de produtos como soja, enquanto as compras recuaram 49%.
Guerra
Herlon Brandão disse que o aumento expressivo nas projeções da pasta para o comércio exterior brasileiro se deve ao conflito no leste europeu, que impactou as expectativas de exportação, e na queda do dólar, que levou a uma previsão maior de importações.
“O conflito levou a um aumento na cotação de produtos e isso acaba gerando expectativa de alta no valor exportado”, explicou.
Depois do superávit recorde registrado em março, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, aumentou a previsão para o saldo comercial em 2022. A previsão passou de US$ 79,4 bilhões no fim do ano para US$ 111,6 bilhões agora, o que seria um recorde histórico. Em 2021, o resultado foi positivo em US$ 61,4 bilhões, o maior já registrado anualmente até agora.
O órgão também ampliou a projeção para as exportações, passando de US$ 284,3 bilhões para US$ 348,8 bilhões neste mês. A estimativa para as importações neste ano cresceu de US$ 204,9 bilhões para US$ 237,2 bilhões.