Economia

Brasil não pode correr riscos de tabelar preço, diz Silva e Luna

As soluções tomadas para mitigar o aumento do preço dos combustíveis ainda não tiveram efeitos nos preços, segundo Silva e Luna

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse nesta terça-feira, 29, que o Brasil “não pode correr riscos de tabelar preços de combustíveis”.

A afirmação foi feita durante discurso em evento do Superior Tribunal Militar (STM). Para ele, o fato de as empresas internacionais não estarem se interessando em leilões no setor no país se deve ao fato de o mercado ficar com “medo de intervenção no preço da empresa”.

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Reajuste no preço do combustível. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

“Todo mundo se recolheu”, disse o presidente da companhia, referindo-se a leilões realizados no ano passado.

“Empresas que tabelaram combustíveis tiveram perda de capacidade de investimento”, afirmou o presidente da estatal aos militares. “Essa dívida ‘monstra’ da Petrobras foi de tabelamento de preço.”

Com o anúncio de sua demissão feita na segunda-feira pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, Silva e Luna defendeu que riscos a desabastecimento e estabilidade regulatória dos preços afasta o investidor da empresa e do mercado de óleo e gás no Brasil.

Ele assumiu a presidência em abril do ano passado, no lugar de Roberto Castello Branco, demitido pelo mesmo motivo.

Para o lugar do militar foi indicado o economista Adriano Pires, também contrário à interferência do governo na estatal.

A indicação de Adriano Pires ainda precisa ser aprovada pela assembleia de acionistas da estatal.

As soluções tomadas até o momento para mitigar o aumento do preço dos combustíveis, como a aprovação do PLP 11, ainda não tiveram efeitos nos preços, segundo Silva e Luna. Para ele, isso acontecerá com o fim do conflito no leste europeu e a recuperação econômica da pandemia da covid-19.

Em relação ao ano passado, Silva e Luna apresentou dados de que a variação do preço na bomba, no ano inteiro de 2021, foi de R$ 0,92 no valor de responsabilidade da Petrobras nos custos.

Em relação à crise da Ucrânia, ele falou que a empresa precisou realizar um reajuste enquanto a companhia verificava se situação se estabilizaria.