Uma das principais preocupações do setor produtivo desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, a importação de fertilizantes deve perder ritmo no segundo semestre deste ano, segundo Giovani Ferreira, diretor de conteúdo do Canal Rural.
Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem batido recordes sucessivos de importação de fertilizantes. “Além do investimento em tecnologia, isso também é resultado do aumento de área cultivada no país”, diz Ferreira.
Neste ano, até o dia 20 de junho, o país já importou 17,5 milhões de toneladas de fertilizantes, contra 16,4 milhões de toneladas importadas no primeiro semestre de 2021.
“O crescimento no volume importado é resultado da antecipação das compras e das entregas, com produtores receosos quanto à escassez dos produtos por causa do conflito no Leste Europeu”, explica o diretor de conteúdo do Canal Rural.
No entanto, o ritmo de importação deve cair. “Neste ano, o Brasil já importou 42% de todo o volume importado no ano passado. No entanto, o desembolso de US$ 11,3 bilhões é equivalente a 74% de todo o desembolso feito no ano passado inteiro. O preço médio da tonelada passou de US$ 360 em 2021, para US$ 650 em 2022. Os fertilizantes estão mais caros”.
“A expectativa é importar entre 20 milhões e 21 milhões de toneladas de fertilizantes no segundo semestre deste ano. O recorde não deve se repetir”.
Redução de fertilizantes
Com medo do conflito e de faltar insumos, muitos produtores tem adotado a estratégia de reduzir o uso de insumos na lavoura.
Segundo Giovani Ferreira, a medida precisa ser adotada com cuidados. “A agricultura de precisão, o uso racional de insumos, precisa ser feito com acompanhamento, para não correr o risco de perder produtividade”.