IPCA: projeção fica estável após 11 altas consecutivas

As expectativas inflacionárias para este e os próximos anos mostraram estabilidade no Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (6), embora bastante afastadas das metas. A projeção para o IPCA — índice oficial de inflação — deste ano seguiu em 5,90% após 11 altas consecutivas.

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Um mês antes, a mediana do indicador inflacionário era de 5,78%. Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do Banco Central, a projeção continuou em 4,02% pela segunda semana seguida — há quatro semanas o patamar esperado era de 3,93% há quatro.

Considerando somente as 57 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 cedeu de 5,93% para 5,91%. Para 2024, variou de 4,05% para 4,01%, considerando 53 atualizações no período.

Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e, com maior peso, de 2024. A mediana no Boletim Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022.

Para 2024, a mediana está acima do centro da meta (3%), mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,5% a 4,5%. A mediana para o IPCA de 2025 também continuou em 3,80%, de 3,50% há um mês.

Avanço do IPCA em 2026

Já a estimativa para o IPCA de 2026 avançou de 3,75% para 3,77%, contra 3,5% um mês antes. A meta para 2025 é de 3% (margem de 1,5% a 4,5%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro, o Banco Central atualizou suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,6% em 2023 e 3,4% para 2024. O colegiado ainda inseriu um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante. Nesse cenário, as projeções são de 5,5% para 2023 e 2,8% para 2024. O Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez seguida.