O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a taxa de juros e o processo eleitoral são alguns dos fatores que devem interferir no dólar em 2022. É o que apontam alguns economistas.
André Perfeito, da Necton Investimentos, diz que a expectativa é de um valor menor para o dólar no próximo ano. “Vemos as commodities em patamar elevado, e, do outro lado, a normalização da taxa de juros. Além disso, devemos ter uma dinâmica favorável para o real, com eventual elevação da taxa de juros norte-americana que deve ser feita de maneira moderada, pegar mercados de surpresa”, destaca.
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Sobre os juros, Roberto Padovani, economista do banco BV, diz que esse é um dos fatores que coloca em dúvida o crescimento do país em cheque.
“Alta de juros, eleições no Brasil e dúvidas sobre o crescimento e trajetória de dívidas. Esses fatores aumentam o risco da economia brasileira. Por outro lado, tem taxa de juros subindo, isso compensa um pouco esse aumento de risco”, analisa.
“No Brasil, temos a expectativa de crescimento baixo do PIB e ano eleitoral, que prejudica o governo em aprovar as reformas necessárias. Diante do cenário imagino o dólar em um patamar entre R$ 5,30 e R$ 5,50, bem volátil”, prevê Fabrízio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.
Em contrapartida, Silvio Campos, da Tendências Consultoria, espera um patamar ainda maior para o dólar em 2022.
“No Brasil, a aproximação do processo eleitoral traz um quadro apreensivo e volátil. O câmbio pode superar o patamar de R$ 6. Agora, passado o processo eleitoral, nossa projeção para o final de 2022 é uma taxa em R$ 5,70, o que de certa forma ainda é um padrão depreciado considerando o nosso padrão histórico”, ressalta.