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Falta de contêineres deve afetar embarques de café até o fim de 2021

Segundo especialista, o agronegócio é o setor que mais sente o impacto da escassez mundial de contêineres, por vender produtos de menor valor agregado

A escassez de contêineres e a alta no preço do frete marítimo tem afetado os embarques de café. No último final de semana, nove toneladas de café especial produzidos no interior de São Paulo precisaram ser enviadas por avião para socorrer um cliente do Reino Unido.

De acordo com dados do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em 2020, o país exportou pouco mais de 125 mil contêineres, abastecendo mais de 120 países. Já quando se fala em exportação via aérea os embarques não chegam a 1% nos últimos três anos.

Segundo Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, a falta de contêineres começou no fim do ano passado, com a reabertura gradual das economias mundiais. De acordo com ele, a perspectiva no curto prazo é negativa.

“Quando o terceiro maior porto da China fechou devido a um surto de Covid, 350 embarcações ficaram paradas. Essa reabertura gera um fluxo muito grande, e ainda há um grande desafio para a exportação de café, que deve enfrentar dificuldades até o fim do ano”, destaca Heron.

Segundo cálculos do Cecafé, nos últimos meses, o Brasil deixou de exportar 3,5 milhões de sacas devido à falta de contêineres, deixando de arrecadar US$ 500 milhões.

Agro é o mais prejudicado com a falta de contêineres

Para o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (FNOP), Sérgio Aquino, a falta de contêineres atinge especialmente a exportação de produtos com baixo valor agregado, como é o caso de muitos itens do agro.

“Os itens de menor valor agregado precisam começar a buscar operações com navios convencionais, que operam a carga solta. Há um reposicionamento na carga marítima mundial, com problemas em todos os portos do mundo”, diz.