Participam do encontro os representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Associação Brasileira das Indústrias de Carne (Abiec), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Secretaria da Agricultura do Paraná e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
O governo do Paraná junto à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado (Seab) iniciou no mês de abril o processo de reconhecimento do território estadual como área livre de febre aftosa sem vacinação. O estado acredita que já cumpre os pré-requisitos necessários para ser considerada uma região imune à doença.
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Caso o governo decidida por dar esse status ao Paraná, a primeira fase de vacinação de 2015, que acontece no mês de maio, provavelmente será a última no estado. Novas avaliações devem ser feitas perto do mês de novembro para decidir se o Paraná tem condições de permanecer sem a vacina. Após um ano, o título de área livre da doença será concretizado.
O presidente da Adapar, Inácio Kroetz, lembra que o assunto ainda está em fase preliminar e que o assunto será debatido e analisado pelos órgãos de fiscalização. Ele lembra que Santa Catarina é um território livre de aftosa sem vacinação há 15 anos e não apresentou novos focos desde então. Kroetz reforça que o trabalho de defesa agropecuária é fundamental para a manutenção do status.
Produtores contestam
Segundo o presidente da ABA, José Roberto Pires Weber, a fronteira do Estado com o Paraguai é um perigo concreto, tendo em vista que o controle da doença naquele país não segue o mesmo rigor do Brasil. A associação acredita que a medida pode comprometer a sanidade do rebanho e a própria atividade agropecuária.
O temor da entidade é que a falta de imunização torne a região uma porta de entrada para o vírus no Brasil. Porém, segundo a Adapar, a estruturação de postos de fiscalização nas divisas com São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, além das fronteiras com outros países, deve ser feita logo após o Ministério da Agricultura aprovar o pedido.
Outro ponto de preocupação é o problema de sustentabilidade no rebanho, uma vez que o Paraná não é autossuficiente na produção de bezerros. Nesse caso, as aquisições de Estados como Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul ficariam inviabilizadas. Segundo a Sociedade Rural de Maringá (PR), o déficit paranaense de bezerros é superior a 200 mil por ano.