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FPA diz que atos do MST têm de ser tratados como 'terrorismo'

Parlamentares defendem que o Poder Judiciário aja com as invasões do MST da mesma maneira como agiu com os manifestantes no dia 8 de janeiro

Na reunião ordinária da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), desta terça-feira (18), em Brasília, parlamentares da bancada afirmaram que ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) têm que ser tratados como “terrorismo” e que já tem votos suficientes para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

“Isso está acontecendo porque o governo não tem uma política de estado de reforma. A reforma agrária sai de uma política técnica e vai para uma política pública ideológica e não ajuda o Brasil. O que o governo deveria fazer? Ele tem terras públicas, então ele devia definir. Tem que ter um planejamento”, diz o deputado Zé Silva (Solidariedade-MG).

“É seu direito defender a sua integridade física, sua propriedade e sua moral. No campo, não é diferente. Eu tenho uma propriedade rural onde cultivo, produzo, gero emprego e renda, e de repente alguém vem e invade minha propriedade. Aqui na FPA, defendemos penas mais severas. Inclusive, estamos tratando como crime de terrorismo e queremos projetos nesse sentido com urgência no Congresso Nacional”, afirma o ex-presidente da bancada, deputado Sergio Souza (MDB-PR).

“O governo, no primeiro momento, sinalizou que queria o entendimento, mas quero dizer que de forma muito clara, o que estamos levando é um tapa na cara do governo, porque o que vemos hoje é invasão de terra, que considero uma ação do governo. Eles levam o líder do MST para a China numa comitiva com o presidente da república, para sinalizar para o mundo inteiro que sou parceiro deste movimento e dessas práticas. Quais são essas práticas? Invadir propriedades produtivas e órgãos públicos”, repudia o deputado Domingos Sávio (PL-MG).

“Agora, o judiciário, provocado pela CNA, espero que aja de forma diligente para impedir esses crimes recorrentes, que são anunciados e que são piores do que aqueles cometidos contra a democracia”, diz Tião Medeiros (PP-PR).

“Eu sou autor, inclusive do pedido de prisão desse terrorista, desse criminoso, o Stédile, que está alarmando essas invasões de terra no Brasil, rasgando a Constituição e as leis brasileiras. Pedimos a prisão de todos os diretores do MST que se apresentaram, assim como o correspondente. Eles devem cumprir o que prometeram, e o governo nada faz”, enfatiza Evair de Melo (ES-PP).

“Achamos que o mesmo rigor deve ser aplicado em relação às invasões [do MST], assim como defendemos quando a democracia foi ameaçada por invasões. Não concordamos e para nós, há uma única marca: respeito às regras do jogo e às propriedades privadas”, afirma o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).