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Horta orgânica se torna ‘cartão de visita’ de cidade do Paraná

Com 16 canteiros e grande variedade de produtos, espaço garante autossuficiência em verduras, legumes e hortaliças ao Centro de Treinamento Agropecuário do Sistema Faep/Senar-PR

Quem vai ao Centro de Treinamento Agropecuário (CTA) do Sistema Faep/Senar-PR, em Assis Chateaubriand, no oeste do Paraná, invariavelmente acaba se impressionando com a horta orgânica cultivada no local. Não é para menos, são 16 canteiros vistosos, com extensa variedade de legumes, verduras e hortaliças da estação. Tudo orgânico.

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As cores e as dimensões do espaço chamam tanto a atenção que não é raro ver instrutores, alunos ou visitantes tirando fotos. E não é de hoje. A fama da horta do CTA já tem mais de duas décadas.

“A horta é o cartão-postal do CTA. Quem vem de fora, fica admirado, quer saber, pergunta como é”, diz o auxiliar de serviços do Senar-PR, Reginaldo Paixão, um dos responsáveis pelo espaço. “Tudo é feito com amor. Se fizer com amor, se gostar do que se está fazendo, as coisas saem bem. Assim tem sido”, complementa.

Colaborador do Senar-PR à frente do projeto

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Fonte: Senar

Além de Paixão, a horta é mantida por outros dois colaboradores do Senar-PR, Jackson Fábio de Almeida e João Dias de Lima. Todos são formados em diversos cursos da própria entidade. Ou seja, ao colocarem as mãos na terra para cultivar os produtos que vão parar nas mesas do refeitório do CTA, eles aplicam o conhecimento adquirido nas capacitações. O Senar-PR aplica “em casa” as boas práticas e o saber técnico compartilhados com seus alunos. A horta do CTA é um resultado visível disso.

“A gente está sempre aplicando, com capricho, o que aprende. O resultado está aí” — João Dias de Lima

“Há 14 anos, quando comecei a trabalhar no CTA, eu não entendia nada de horta. Fiz os cursos e fui aprendendo. A gente está sempre aplicando, com capricho, o que aprende. O resultado está aí. Tanto que muita gente de fora vem querer tirar dúvida, aprender como faz para ter uma horta assim”, conta Dias de Lima.

Outro aspecto que causa admiração aos visitantes é o fato de a horta ser toda orgânica. A adubação é natural, feita com esterco animal. O controle de pragas e insetos ocorre apenas com produtos naturais, sem quaisquer aplicações de químicos. A dedicação e o treinamento dos servidores são determinantes. Todo esse cuidado vale a pena: é possível colher uma verdura ou uma hortaliça e comer na hora.

“Nós não passamos uma gota de produto químico. Aí, [o controle] tem que ser na mão, mesmo. Tem que ficar de olho nos insetos”, observa Almeida. “Esses dias, tivemos visita de uma escola e as crianças ficaram encantadas. Colhemos alface e elas comeram na hora. Já vai pegando amor pelo que vem da terra”, acrescenta.

Autossuficiência da horta orgânica

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Foto: Agência IBGE Notícias

A horta orgânica do CTA começou a ser cultivada em 2000. Na ocasião, no entanto, o espaço era menor, contando com sete canteiros. Com o passar dos anos, o cultivo foi aumentando. Hoje, o CTA é autossuficiente em verduras, legumes e hortaliças. Então mesmo quando há cursos, a unidade não precisa comprar produto que venha de outras hortas. E olha que o refeitório do CTA tem capacidade para 74 pessoas. O que sai dos canteiros cultivados por Paixão, Dias de Lima e Almeida dá para alimentar um batalhão.

“Muita gente alega que não faz horta porque não dá para cultivar sem agroquímicos. A gente prova que é possível” — Viviane Cristina Narciso Schult

“Nós só compramos no mercado o que não produzimos aqui. A horta é um cartão de visitas. Nós mostramos que empregamos dentro de casa o que ensinamos o produtor a fazer em sua propriedade. É difícil quem passe por ali e não queira tirar foto. Até instrutores querem tirar foto na nossa horta”, diz, orgulhosa, a administradora do CTA, Viviane Cristina Narciso Schultz. “Na região, muita gente alega que não faz horta porque não dá para cultivar sem agroquímicos. A gente prova que é possível. Aqui é tudo orgânico”, ressalta.

E a produção orgânica do CTA dá e sobra. Tanto entre instrutores, visitantes ou funcionários, já virou praxe levar uma sacolinha para casa. A qualidade e o sabor dos produtos até ajudaram a mudar hábitos. “Como sempre sobra, eu levo um pouquinho de cada coisa. Até rabanete, que a gente não tinha costume de comer em casa, passamos a consumir. Por ser orgânico, parece que até o sabor é diferente”, aponta Viviane.

O que é plantado no local

alface americana, hortaliça, folhosas, agroecologia
Foto: Ítalo Ludke/Embrapa

E variedade não falta. Tem de tudo:

  • Três tipos de alface;
  • Almeirão;
  • Chicória;
  • Rúcula;
  • Alho-poró;
  • Repolho;
  • Beterraba;
  • Couve-chinesa;
  • Rabanete;
  • Salsinha;
  • Jiló;
  • Cebolinha, entre outras.

Entre as pessoas que fazem as refeições na horta orgânica do CTA, sempre há quem se surpreenda ao saber que todos aqueles produtos provêm da própria horta. “Quem vem de fora, na hora do almoço, fica admirado quando contam que é tudo produzido no CTA. A gente, que cuida da horta, também come de tudo. É uma satisfação poder comer o que a gente cultivou. Eu, particularmente, gosto muito da alface crespa e do repolho. Eu me sinto um privilegiado de fazer esse serviço”, diz Dias Lima.

Hoje, a horta serve de referência em âmbito regional. Muitas das técnicas adotadas pelos colaboradores servem de modelo para quem quer cultivar legumes, verduras e hortaliças em casa ou em sua propriedade. E são medidas simples: a rotação do local de plantio das variedades, a mudança dos canteiros e a adubação, por exemplo.

“É tudo coisa simples, de custo baixo, mas que dá resultado se a pessoa fizer direitinho” — Reginaldo Paixão

“Muita gente vem copiar o nosso modelo de irrigação. Eles vêm ver os tipos de bicos de que a gente usa e tentam implantar. É tudo coisa simples, de custo baixo, mas que dá resultado se a pessoa fizer direitinho”, observa Reginaldo Paixão.

Horta orgânica: ponto turístico

plantio de muda de hortaliça, pimentão
Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA

Quem põe a mão na terra para deixar a horta farta desse jeito, orgulha-se do próprio trabalho. Os três responsáveis pelo cultivo não escondem a satisfação. “Eu sou suspeito para falar, mas é uma alegria imensa. O povo vem, olha, comenta, tira foto. A primeira coisa que as pessoas veem no CTA é a horta”, diz Almeida. “A gente capricha, procura deixar a horta sempre bonitona. Então, a gente fica feliz quando os visitantes gostam, elogiam”, aponta Dias Lima.  “A horta é mais que um trabalho. É nosso orgulho. A gente faz com muito amor”, define Paixão.

Com informações da CNA.