O Mato Grosso, principal produtor de carne bovina do país, superou as dificuldades de consumo impostas pela pandemia de coronavírus e encerra 2020 com as indústrias do segmento fortalecidas. A análise é feita pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), entidade que reúne representantes do setor produtivo, da indústria, da sociedade e do governo estadual.
- Carne bovina: Brasil deve ampliar mercados em 2021 e exportar 6% mais
- Soja e carne bovina contribuem para exportação recorde no agro em 2020
“Todos os elos do mercado da carne se reinventaram neste ano. Após o susto inicial causado pela redução no consumo de carne nos food services, pecuaristas, frigoríficos e varejistas se adequaram às novas exigências impostas pelo isolamento social. O ajuste foi rápido: as exportações aumentaram em relação a 2019, puxadas pela rápida recuperação do consumo asiático e a arroba se valorizou. Ampliamos o rendimento médio da carcaça e confirmamos a tendência de uma produção cada vez mais sustentável”, destaca Caio Penido, presidente do Imac.
Dados compilados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que, de janeiro a novembro de 2020, Mato Grosso exportou 452,66 milhões de toneladas de equivalente carcaça (TEC), ampliando em cerca de 6% o desempenho de 2019.
O motor desse crescimento foi o mercado formado por China e Hong Kong, que de janeiro a novembro de 2020 respondeu por 56% da carne bovina exportada pelo estado. “Atendemos em quantidade e qualidade a demanda chinesa, aumentando em 60,4% o volume do ano passado, e em 67,8% a receita com as exportações”, comenta o diretor de Operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade.
No decorrer de 2020, a participação do estado no total de carne bovina exportada pelo Brasil chegou a 22%, ficando, na média, em 21%. Além de evoluir no comércio exterior, Mato Grosso liderou a produção de carne em 2020, com um volume de 644,78 mil toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Produção sustentável
No balanço feito pelo Imac, a entidade ainda ressalta a adoção de práticas sustentáveis para a produção de carne no estado, destacando a redução da idade de abate dos animais e o maior aproveitamento das áreas de pastagens no Estado. “Todo o mercado da carne mato-grossense está focado em intensificar a produção nesse modelo produtivo de baixa emissão de carbono, que garante um produto final de qualidade e com segurança sanitária”, diz Andrade.
Até novembro de 2020, a terminação de animais com até 24 meses de idade cresceu 26,3% entre 2019 e 2020, segundo dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). Além disso, a média estadual do peso da carcaça foi de 18,3 arrobas em junho de 2020, superando o patamar nacional de 17,3 @/ carcaça.
“Quando projetamos o futuro da atividade, a perspectiva é de aumento na eficiência com ganhos ambientais, pois estamos conseguindo produzir mais carne em menos tempo e com menor impacto ambiental a cada quilo de carcaça produzida”, ressalta o presidente do Imac.