Nos últimos dias, produtores rurais voltaram a protestar contra os planos de redução de emissões proposto pelo governo da Holanda.
Na quarta-feira (27), os produtores rurais jogaram lixo nas estradas do país e colocaram fogo ao redor de algumas pistas.
“Desculpem o inconveniente, mas o primeiro ministro da Holanda está nos levando ao desespero”, dizia um dos cartazes.
Segundo as autoridades de trânsito da Holanda, várias rodovias foram bloqueadas.
Para desobstruir rodovias, equipes de limpeza levaram horas.
A polícia investiga que foram os responsáveis pelos protestos e está preocupada com a gravidade dos atos.
“Os protestos podem trazer perigo à população e principalmente aos motoristas”, dizem as autoridades.
Produtores
A manifestação de quarta-feira aconteceu um dia depois do mediador nomeado pelo governo da Holanda enviar convites para organizações de agricultores, com o objetivo de discutir maneiras de reduzir as emissões.
No entanto, agricultores rejeitaram a nomeação do mediador, que faz parte do partido político de centro-direita do primeiro-ministro Mark Rutte, o que tornaria o debate injusto, segundo os agricultores.
Os produtores rurais estão irritados com as metas do governo para conter as emissões de óxido de nitrogênio e amônia.
Segundo eles, as metas ameaçam destruir seu modo de vida agrícola e colocá-los fora do negócio.
Brasil
A presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, a deputada Aline Sleutjes (Pros-PR), concorda com os protestos dos produtores rurais da Holanda.
“Esses países colocaram determinações e normas que estabelecem plantações de forma unicamente orgânica, hoje estamos vendo o caos, pessoas passando fome e uma redução absurda na produtividade,” disse a deputada.
Sleutjes explica que na Holanda, “os produtores em represália a uma decisão do governo de reduzir 30% da sua produção para diminuir a emissão de gases, pararam portos, tratores e colocaram fogo em fenos para chamar a atenção sobre a segurança alimentar.”
Dessa maneira, no Brasil, ambientalistas criticam o uso de defensivos agrícolas e a grande redução de carbono. A deputada diz que caso o país siga a agenda verde, o Brasil pode se ver em situação semelhante à da Holanda.
Por fim, a deputada ressaltou a importância de o Brasil enfrentar a pauta verde sem radicalismo. “Nós temos que ter uma consciência em relação a forma de produção com conceito ecológico, mas principalmente respeitando o ser humano.”