O comunicado do Departamento de Serviços Veterinários da Malásia, repassado hoje pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), indica a habilitação de uma unidade frigorífica da empresa JBS, localizada em Amparo (SP).
Outras 10 plantas aguardam a mesma aprovação para embarcar produtos para o país com quase 30 milhões de habitantes – em sua maioria, islâmicos.
– A abertura da Malásia era uma de nossas mais importantes metas para 2015, cumprida após anos de negociações. Esta é uma conquista que valoriza internacionalmente a capacidade brasileira de produção de carnes sob o rito halal para os mais exigentes mercados. Trata-se da primeira de uma série de habilitações que esperamos que, naturalmente, vão acontecer – destaca o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.
Restrição russa
Na primeira reunião do ano da Câmara Setorial de Aves e Suínos, em Brasília (DF), a ABPA comentou também a decisão da Rússia de restringir oito unidades frigoríficas do Brasil, para importação de carne suína. Conforme a entidade, não se trata de um embargo. A associação minimizou o caso e disse que foi apenas uma atualização cadastral.
Segundo o diretor da ABPA, Jurandi Machado, a suspensão dos frigoríficos brasileiros é uma medida temporária e muitas plantas, somente agora, estão passando pela auditoria dos técnicos russos.
– São empresas plantas que naquele momento que a Rússia precisou importar mais alimentos ela liberou sem ter feito auditoria, ela veio ao Brasil agora e está fazendo auditoria naquelas plantas industriais que estavam autorizadas a exportar e que não tinham ainda mandado produtos pra lá. Nessa última auditoria encontraram algumas inconformidades, essas inconformidades são passíveis de suspender temporariamente a liberação dessas empresas para mandar os produtos para a Rússia. Resolvidas essas inconformidades, automaticamente serão liberadas – explica Machado.
A câmara setorial acredita que as exportações que fecharam os dois primeiros meses do ano com queda, devem voltar a crescer a partir de abril. A preocupação dos produtores de suínos e aves está nos custos, especialmente na compra de milho, o principal ingrediente da ração.
– Hoje, por exemplo em São Paulo, a média de compra de milho na região de Campinas é em torno de R$ 30, e R$ 30 a saca é cara. Nós esperávamos estar trabalhando entre R$ 26, R$ 27, no máximo. Então, a questão custo de grãos, tanto milho, como soja é uma preocupação constante – pontua o diretor.