O mormo tem sido cada vez mais presente em competições de cavalos no Brasil. Em 2013, mais de mil cavalos ficaram isolados em Avaré, no interior de São Paulo, durante o Congresso Brasileiro da Raça Quarto de Milha. Neste ano, uma etapa do Freio de Ouro no Rio Grande do Sul precisou ser adiada pela identificação da doença. O grande temor é referente às provas de hipismo que serão realizadas nas Olimpíadas do Rio em 2016. Como medida preventiva, o Exército faz a desinfecção de bebedouros e comedouros dos cavalos e evita o contato entre animais de áreas diferente. Dois cavalos com suspeita na área militar foram encaminhados à Estação Quarentenária de Cananeia para que o Ministério da Agricultura estude os casos.
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Em 2014, o Mapa contabilizou 202 registros de mormo em território brasileiro. Até abril deste ano, no mínimo 155 animais foram identificados com a doença.
O QUE É MORMO?
O mormo (ou lamparão) é uma doença infectocontagiosa dos equídeos, causada pela bactéria Burkholderia mallei, que pode ser transmitida ao homem e também a outros animais. Os sintomas mais comuns são a presença de nódulos nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, catarro e pneumonia. A forma aguda é caracterizada por febre de 42ºC, fraqueza e prostração; pústulas na mucosa nasal que se transformam em úlceras profundas com uma secreção, inicialmente amarelada e depois sanguinolenta; intumescimento ganglionar e dispneia. O mormo não tem cura, não tem vacina e os animais que contraem a doença precisam ser sacrificados.
CONTAMINAÇÃO
A contaminação pode se dar pelo contato com material infectante (pus, secreção nasal, urina ou fezes). A bactéria penetra por via digestiva, respiratória, genital ou cutânea (por lesão). O germe cai na circulação sanguínea e depois alcança os órgãos, principalmente pulmões e fígado. O mormo se apresenta de forma crônica ou aguda. Os animais suspeitos devem ser isolados e submetidos à prova complementar de maleína, sendo realizada e interpretada por um veterinário do serviço oficial. A mortalidade dessa doença é muito alta.
ISOLAMENTO
Em caso de mormo, o produtor deve realizar as seguintes medidas: notificação imediata à Defesa Sanitária; isolamento da área da infecção e isolamento dos animais suspeitos; sacrifício dos que reagiram positivamente à mesma prova de maleína; cremação dos cadáveres no próprio local e desinfecção de todo o material que esteve em contato com eles; desinfecção rigorosa dos alojamentos; suspensão das medidas profiláticas somente 120 dias após o último caso constatado.
Para facilitar o entendimento da doença e suas consequências aos produtores, o Canal Rural separou alguns vídeos que explicam o mormo.
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