Nesse primeiro encontro estiveram presentes representantes da Organização das Cooperativas do Brasileiras (OCB), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Embrapa Gado de Leite e da Associação Viva Lácteos, que apresentaram ao secretário os principais gargalos do setor e propostas de solução para melhorar a produção e elevar as exportações do produto.
Os principais investimentos deverão ser nas áreas de assistência técnica e extensão rural, além de financiamentos para novas tecnologias, a fim de modernizar a produção de leite e ainda o combate a doenças como a tuberculose e a brucelose no rebanho.
– Queremos fazer com que o setor cresça. Para isso vamos investir na produtividade, aumentar a renda do produtor e a qualidade do produto para permitir o aumento tanto do consumo interno quanto das exportações – afirmou Rocha.
O projeto do programa deve ser entregue à Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kátia Abreu, até o fim de março. Enquanto isso, o setor e o ministério continuarão com reuniões semanais para definir todos os parâmetros do novo programa.
Segundo o Mapa, o que poderá ser feito:
1) Medidas para a erradicação da brucelose e da tuberculose no rebanho leiteiro;
2) Criação de um fundo indenizatório para eventuais abates decorridos da tuberculose bovina, doença incurável e transmitida pelo ar. A única forma de controle é o abate;
3) Melhoramento genético do rebanho por meio de inseminação artificial e fertilização in vitro a fim de aumentar a produtividade;
4) Fornecer assistência técnica e colocar à disposição dos agricultores pacotes tecnológicos capazes de atender a diferentes volumes de produção;
5) Criação de novos laboratórios de análise da qualidade do leite;
6) Melhores condições na aquisição de crédito para custeio e investimento;
7) Marco regulatório para o setor;
O volume de leite produzido no Brasil vem crescendo a cada ano. Segundo o Mapa, foram 34,4 bilhões de litros em 2013 e, de acordo estimativas do IBGE, 36 bilhões em 2014. A produção total no país aumentou 50% nos últimos 10 anos, mas esse bom desempenho se deve mais ao incremento do número de vacas ordenhadas do que à melhora da produtividade, que foi ampliada em apenas 23% no mesmo período.
Em 2014, o país teve o segundo melhor desempenho da história no valor das exportações de lácteos, com US$ 345,4 milhões, o que correspondeu a volume de 86 mil toneladas. A cifra, porém, ainda está longe do montante de US$ 16,6 bilhões exportados em carne, por exemplo.