Mesmo com essa recuperação, esse cenário não significa alívio para o pecuarista, pois os custos de produção seguem em constante alta, puxados principalmente pela alimentação. Historicamente, a recuperação da rentabilidade do produtor leiteiro se inicia nesta época do ano. Porém, em 2015, a tendência é que a retomada seja menos intensa e com duração maior.
De fevereiro para março, os Custos Operacionais Efetivos (COE) e os Custos Operacionais Totais (COT) tiveram elevação de 1,12% e 0,99%, respectivamente, também considerando a média Brasil.
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Esses aumentos estão atrelados à alta de 8,2% nos gastos com silagem, forrageiras anunais, manutenção de forrageiras perenes e concentrados, que representaram 62,9% do COE. Isso porque o milho e o farelo de soja têm se valorizado no mercado interno e são responsáveis por cerca de 42% dos custos de produção.
A desvalorização do real frente ao dólar encareceu os insumos utilizados na produção de silagem e manutenção de pastagens, já que a matéria-prima desses produtos é importada. Além disso, o grupo de suplementação mineral subiu 1,2% de janeiro a março, já que esse produto também tem relação com a moeda norte-americana.
Entre os Estados acompanhados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Goiás foi o que apresentou menor elevação no COE, cerca de 0,15%, na comparação com o mês anterior. Diferente do ocorrido nos demais Estados, o grupo de silagem recuou 5,8% no período, fator que limitou a alta dos custos na região.
O Rio Grande do Sul apresentou a maior elevação no COE, 3,14%, impulsionada pelos gastos com mão de obra. Na sequência, Minas Gerais teve alta nos custos em 1,06%. Esse cenário resultou do aumento nos gastos com manutenção de pastagens e produção de silagem, alta de 7,38% e 4,28%, respectivamente.
Edição: Rikardy Tooge