O presidente da França, Emmanuel Macron, fez críticas ao desmatamento da Amazônia e citou especificamente a soja brasileira, relacionando-a ao problema ambiental. “Continuar a depender da soja brasileira seria ser conivente com o desmatamento da Amazônia”, afirmou Macron, em sua conta oficial no Twitter.
A publicação dele é acompanhada de um vídeo, no qual comenta a questão a repórteres. “Nós somos coerentes com nossas ambições ecológicas, estamos lutando para produzir soja na Europa”, afirma o presidente francês.
A declaração é dada no momento em que a União Europeia e o Mercosul negociam um acordo comercial, mas o fracasso brasileiro na proteção ambiental, na opinião de algumas autoridades europeias, seria um entrave para avançar no tema. No vídeo, Macron fala em “não depender mais” da soja brasileira, e produzi-la no continente.
President Macron is not well informed about Brazilian soybeans. Soy produced in Amazon Biome in Brazil is free of deforestation since 2008.
— ABIOVE (@ABIOVEBR) January 12, 2021
Therefore, he should not justify his decision to subsidize French farmers to produce soybeans on environmental reasons. He should be clear with public opinion that his decision is protectionism wrapped up on greening arguments.
— ABIOVE (@ABIOVEBR) January 12, 2021
Também pelo Twitter, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) rebateu as críticas feitas pelo presidente francês. Ao comentar o vídeo com a fala de Macron a entidade respondeu em inglês. “O presidente Macron não está desinformado sobre a soja brasileira. A soja é produzida no bioma amazônico livre de desmatamento desde 2008”.
Em outro comentário, a Abiove complementa o seu argumento. “Portanto, ele [Macron] não deve justificar sua decisão de subsidiar os agricultores franceses para a produção de soja por razões ambientais. Ele deve deixar claro para a opinião pública que sua decisão é protecionismo disfarçado de ‘argumentos verdes’”, diz a entidade.