Na última semana, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) projetou uma produção de aproximadamente 26 milhões de caixas de laranja a menos que a expectativa inicial.
A safra de laranja 2021/22 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro foi reestimada em 267,87 milhões de caixas. Em comparação à expectativa inicial, divulgada em maio, a redução é de 26,30 milhões de caixas, o equivalente a aproximadamente 9%.
De acordo com o levantamento, realizado pelo Fundecitrus em parceria com a Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp, o clima foi o principal fator que impactou o número, com a combinação da intensa falta de chuvas e as geadas ocorridas em julho.
Segundo o analista sênior do Rabobank Brasil, Andrés Padilla, a redução na safra de laranja já era esperada.
Ainda de acordo com Padilla, o estado da Flórida, maior produtor de laranja dos Estados Unidos, está reduzindo a produção da fruta todos os anos. Porém, neste momento, o que tem movimentado o mercado é a expectativa em relação a produção brasileira. “Além de ser a segunda safra consecutiva de perdas, existe uma expectativa sobre o que vai acontecer no ano que vem. As árvores entram numa condição difícil de safra e florada, que será determinante para safra do ano que vem”, disse.
Padilla disse que o estoque de passagem será o menor dos últimos cinco anos, no entanto, o mercado vai dar conta. “Os compradores estão acelerando os contratos porque entendem que é importante garantir o suprimento para os próximos meses”, afirmou, dizendo que a oferta será apertada.
O analista do Rabobank explica que o consumo de laranja aumentou durante a pandemia da covid-19, quando as pessoas passaram a ficar mais em casa. No entanto, com a retomada gradual da atividade, o mercado ainda não sabe como será no ano que vem.