Além das preocupações com o possível calote da gigante imobiliária Evergrande, a China também passa por uma grave crise energética. Isso acontece porque o país está com falta de suprimentos de carvão, causada por padrões de emissões mais rígidos e maior procura por parte de fabricantes e da indústria.
Com isso, os preços do carvão atingiram altas generalizadas, o que levou a um racionamento de energia nas horas de pico na última semana.
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Segundo o colunista do Canal Rural Miguel Daoud, embora seja uma economia muito liberal no mercado, a China não deixa de ser um país socialista. “A China está arrumando a sua economia. Tudo cresceu demais e muito rápido. E chegou o momento de dividir a riqueza entre a população. E o país não quer pagar caro no carvão, no gás, no petróleo”, explica.
De acordo com Daoud, o gigante da Ásia é o maior produtor mundial de insumos do agronegócio, especialmente os agroquímicos. Com a redução na oferta, os preços desses produtos estão aumentando substancialmente. “Para piorar a situação, no Brasil, ainda temos um sério problema de inflação. E com isso, nós vamos ter aumento de diesel, de energia”, afirma.
Para o comentarista, o cenário exige uma visão dos setores da nossa economia. “No agronegócio, por exemplo, nós temos que incentivar mais de insumos agrícolas. A gente fala que vai alimentar o mundo. Mas vai depender sempre da China? Da Índia? Nós temos que ter nosso projeto. Administrar não é subir em palanque e ficar falando. Administrar é juntar as forças e fazer essa união”, defende.
A agropecuária brasileira vai depender cada vez mais de custos. “O nosso futuro vai depender da administração de custos, diminuir os custos”, conclui.