A produção de milho da safra de verão 2020/21 foi revista para baixo e deverá ficar em 19,052 milhões de toneladas, aponta a última estimativa de Safras & Mercado divulgada nesta sexta-feira, 27. A produção deve ser 17,7% inferior frente às 23,161 milhões de toneladas colhidas na safra de verão 2019/20. Na estimativa anterior, divulgada em outubro, o volume previsto era de 22,851 milhões de toneladas.
- Milho: em 2021, Rabobank prevê estoque baixo nos EUA e preço firme no Brasil
- Milho: no RS, estiagem prolongada já causou perdas de 85% em uma propriedade
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Paulo Molinari, a redução nos números da safra de verão decorre da quebra na produção de milho por conta da estiagem registrada nos estados da Região Sul do Brasil. “Os efeitos da falta de chuva foram significativos, especialmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, que deverão registrar volumes de produção 33,9% e 30,1% menores, respectivamente, em relação à safra de verão 2019/20. No Paraná, até o momento, a expectativa é de que a produção recue 7,9% frente ao volume obtido na safra verão 2019/20”, sinaliza.
A Safras elevou a previsão da área cultivada na safra de verão 2020/21 para 3,953 milhões de hectares no Centro-Sul do Brasil, o que corresponde a uma queda de 2,6% frente aos 4,056 milhões de hectares plantados na safra verão 2019/20. “Houve algumas correções para cima em alguns estados frente aos números indicados em outubro, que sinalizavam um recuo na área cultivada de verão de 5% frente ao ano passado”, explica.
Por conta dos efeitos da estiagem, o consultor salienta que a produtividade média deverá alcançar 4.820 quilos por hectare na safra de verão 2020/21, abaixo dos 5.928 quilos por hectare previstos na estimativa anterior e aquém dos 5.709 quilos por hectare obtidos na safra de verão 2019/20.
Molinari destaca que os preços altos registrados para a saca de milho em todo o Brasil continuam impulsionando os produtores a aumentar a área cultivada da safrinha 2021. Por conta disso, SAFRAS está indicando uma elevação de 6,2% na área, que tende a ser recorde, ocupando 14,087 milhões de hectares, ante os 13,270 milhões de hectares cultivados na segunda safra de 2020. Em outubro, a área havia sido estimada em 14,069 milhões de hectares.
Segundo o consultor, com a produtividade média passando de 5.537 quilos por hectare para 5.943 quilos por hectare, a produção da segunda safra 2021 poderá chegar a 83,725 milhões de toneladas, 13,95% acima das 73,479 milhões de toneladas registradas neste ano. Na estimativa de outubro a produção da safrinha do próximo ano havia sido indicada em 83,616 milhões de toneladas.
As regiões Norte e Nordeste deverão cultivar uma área de 2,132 milhões de hectares na safra 2020/21, com um declínio de 0,7% frente aos 2,148 milhões de hectares plantados na temporada 2019/20. A produtividade média deverá ser menor, passando de 4.745 quilos por hectare para 4.731 quilos por hectare. “A produção nas regiões Norte/Nordeste deverá ser de 10,087 milhões de toneladas de milho, volume acima das 9,958 milhões de toneladas projetadas em outubro, mas ainda abaixo das 10,193 milhões de toneladas colhidas na temporada 2019/20”, comenta.
Conforme Molinari, a área total de milho do Brasil deverá ocupar 20,173 milhões de hectares em 2020/21, com avanço de 3,6% frente aos 19,475 milhões de hectares cultivados em 2019/20, superando também os 20,022 milhões de hectares indicados na estimativa do mês passado.
O rendimento médio das lavouras para a temporada 2020/21 deverá ficar em 5.595 quilos por hectare, superando os 5.486 quilos da safra 2019/20. “Por conta dos ajustes realizados, Safras está indicando uma produção brasileira de milho na temporada 2020/21 de 112,865 milhões de toneladas, volume ainda recorde e que supera em 5,65% as 106,833 milhões de toneladas colhidas na safra 2019/20, mas que fica abaixo das 116,427 milhões de toneladas previstas em outubro”, finaliza.