Nacional

BR do Mar e Marco das Ferrovias podem reduzir emissões em até 15%

No Egito, CNI organizou o "Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono"

A BR do Mar e o Marco Legal das Ferrovias podem reduzir de 10% a 15% as emissões do setor de transportes no Brasil. A afirmação foi feita por Alexandre Ywata, secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, durante o “Financiamento Climático”, painel que faz parte do evento “Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono”, realizado nesta terça-feira (15) pela Confederação da Indústria do Brasil (CNI) em Sharm El Sheikh, no Egito, onde acontece a COP27, a Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidade (ONU).

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Na abertura do evento, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, falou que o mundo precisa enfrentar, com urgência, dois importantes desafios. O primeiro ponto mencionado foi “a transformação dos modelos de produção e dos hábitos de consumo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global”. De acordo com ele, o outro desafio é “a adoção de medidas voltadas à adaptação e ao aumento da resiliência dos países aos devastadores impactos de tempestades, enchentes, secas e outros eventos extremos causados pelas mudanças climáticas.”

O avanço no desafio de conter as emissões, segundo o dirigente passa, necessariamente, “pela implementação de uma estratégia nacional que se baseia em quatro pilares”:

  1. Transição energética;
  2. Mercado de carbono;
  3. Economia circular;
  4. Conservação florestal.

Nesse sentido, Andrade defende que é preciso dar respostas adequadas para garantir a segurança alimentar e, além disso, afastar o risco de desabastecimento de energia.

Brasil tem potencial para liderar a economia de baixo carbono

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Alexandre Ywata [centralizado] participou de evento promovido pela CNI, no Egito, em paralelo à COP27 | Fotos: Iano Andrade/CNI
Na avaliação do presidente da CNI, o Brasil reúne as condições necessárias para ser um dos líderes do esforço global na transição para a economia de baixo carbono. Ele lembrou que, atualmente, as fontes renováveis têm uma participação de quase 45% na matriz energética brasileira, que é uma das mais limpas do mundo. Robson Braga de Andrade também ressaltou que o Brasil é um dos poucos países que reúnem as condições ideais para elevar esse percentual, sobretudo por meio da produção de hidrogênio e da instalação de parques eólicos em alto-mar.

Para o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal, a preservação do meio ambiente migrou, de um discurso retórico para um discurso absolutamente necessário, “não só para economia de todos os países do todo, mas sobretudo para a preservação de toda a humanidade”. Alinhado com as demandas da CNI, o parlamentar lembrou que as iniciativas de transição energética para se depender menos de combustíveis fósseis estão sendo debatido no Congresso Nacional.

“Ainda temos uma realidade de clandestinidade, de marginalidade” — Rodrigo Pacheco

O combate ao desmatamento ilegal foi um dos principais destaques do discurso do senador. Segundo ele, o desmatamento é responsável pelo menos por 50% da emissão de poluentes. Para Pacheco, a primeira coisa que o Brasil precisa fazer é assumir o problema do desmatamento. “Embora tenhamos a nossa energia limpa, muito espaço ainda no território nacional preservado, legislação ambiental, ainda temos uma realidade de clandestinidade, de marginalidade.”

De acordo com o presidente do Senado, o desmatamento ilegal afasta o financiamento internacional do Brasil para ações de mitigação. Para mudar essa realidade, ele diz apostar na transição de governo. A expectativa de Pacheco é que o novo apresente um planejamento, um plano de ações sustentável que possa ser capaz de mobilizar as instâncias de fiscalização, de controle, de policiamento de nossas florestas.

“E que possa ter, de fato, não só o combate e mas extermínio efetivo desse desmatamento ilegal”, afirmou o parlamentar. Pacheco também espera que o novo governo acelere o processo de regulação ambiental e fundiária no Brasil, temas que na opinião dele vão permitir condições ao desenvolvimento sustentável do agronegócio.

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