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Nuvem de gafanhotos: Argentina prepara nova pulverização neste sábado

Quantidade de insetos na fronteira Argentina-Uruguai foi reduzida com aplicações na quinta-feira, a cerca de 100 km da cidade gaúcha de Barra do Quaraí

gafanhotos
Foto: Senasa/divulgação

O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), governo da província de Entre Rios e produtores locais programaram para a manhã deste sábado,25, mais uma pulverização contra gafanhotos em Federación, na fronteira com o Uruguai. A operação será uma ação combinada com pulverizadores terrestres, que começam a operar cedo, e um avião agrícola.

A pulverização aérea deve ocorrer entre as 10 e 11h (horário local) e a aeronave sairá do aeródromo de Chajarí, cidade 35 quilômetros ao norte. As informações foram divulgadas pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), do Brasil, que mantém contato com as autoridades argentinas.

Desde terça-feira, 21, a Federación é o ponto de parada da nuvem de insetos que percorre desde junho áreas próximas às fronteiras argentinas com o Brasil e o território uruguaio. Parte da nuvem foi eliminada por pulverizações terrestres feitas na quinta-feira, 23, em grupos de insetos pousados principalmente em pomares de cítricos.

A maior parte dos insetos remanescentes se abrigou em uma mata de eucaliptos no mesmo município. Esse será o principal foco das operações neste sábado. Os agricultores colocaram à disposição sete pulverizadores tipo turbina, acoplados a tratores, para eliminar os focos de gafanhotos.

A nuvem havia cruzado no último fim de semana a divisa entre as províncias de Corrientes e Entre Rios. A partir daí, percorreu cerca de 130 quilômetros até Federación, aproveitando vento e os dias com temperatura mais quentes (na maior parte do dia, acima de 20 ºC). Os gafanhotos chegaram no dia 21 e foram logo localizados pelos técnicos do Senasa. Uma pulverização aérea chegou a ser marcada para a manhã seguinte (quarta-feira), mas foi abortada devido ao mau tempo.

No mesmo dia os insetos decolaram e percorrem mais 10 quilômetros, pousando em uma área pomares junto ao trevo de acesso da cidade na estrada Ruta 14. Foi onde ocorreu a pulverização com tratores na tarde da quinta, depois que a ação aérea havia sido novamente abortada pela manhã. Com o dia frio, os insetos sobreviventes acabaram permanecendo na mesma zona, o que aumenta as chances de outra ação efetiva neste sábado.

Mais duas nuvens

Os gafanhotos que estão em Entre Rios haviam entrado na Argentina em maio, vindos do Paraguai. A nuvem chegou a ter 15 quilômetros quadrados em voo, segundo o Senasa. Cerca de um terço dela havia sido eliminada em ações anteriores – principalmente duas pulverizações aéreas ocorridas em Corrientes, em 26 de junho e 2 de julho.

Porém, enquanto a expectativa é grande pela operação deste sábado junto à fronteira uruguaia, 700 quilômetros a noroeste dali equipes do Senasa seguem monitorando outra nuvem, ainda maior, localizada na segunda-feira (20). A segunda leva de insetos teria entrado a partir do Paraguai na província argentina de Formosa. Na terça, haviam descido para a província do Chaco, onde sua localização está rastreada pelo langosteros – apelido dos técnicos do Senasa, a partir da palavra espanhola para gafanhotos.

E há ainda uma terceira nuvem no Paraguai, que teria aparecido dia 16 de julho no radar do Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes paraguaio (Senave). A última localização dos insetos anunciada pelo Senave foi na terça (21), na localidade de Picada 500, a cerca de 200 quilômetros da fronteira argentina.

Plano de supressão do RS

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) publicou nesta sexta-feira, 24 o Plano de Emergência para Supressão e Controle de Gafanhotos no Estado. Definido pela Instrução Normativa (IN) nº 17/20, o plano abrange ações emergenciais contra o gafanhoto sul-americano, cria o Comitê de emergência Fitossanitária do estado e estabelece regras para as operações aéreas e terrestres contra a praga, entre outras ações.

O governo gaúcho também teve confirmado durante a semana a liberação de R$ 600 milhões do Ministério da Agricultura. Recurso para custear as ações contra gafanhotos, caso alguma nuvem ainda entre no Estado. Dinheiro que servirá, por exemplo, para fornecer os produtos a serem utilizados em eventuais pulverizações – o que nesse tipo de operação é responsabilidade do estado.

Desde o final de junho, a SEAPDR realizou dois cursos para treinar seus fiscais agropecuários e técnicos da Emater para o monitoramento das nuvens e atuação nas operações. Além disso, a secretaria mapeou estoque nos produtos autorizados para as operações, em fornecedores de todo o Estado.

Além disso, o Sindag mapeou para o estado a localização de 70 aeronaves de prontidão nas regiões de fronteira – entre uma frota de mais de 400 aeronaves colocadas pela entidade à disposição do governo gaúcho.